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IFE: nº 62 - 24 de junho de 2021
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Editor: Prof. Nivalde J. de Castro

Índice

Políticas Públicas e Regulatórias
1
Reino Unido: coalizão de frotas elétricas e a importância da atuação governamental
2 Índia: novos incentivos aumentarão a demanda por elétricos de duas-rodas
3 Noruega: políticas públicas e baixo custo de eletricidade impulsionaram ME
4 Austrália: estado de New South Wales estabelece incentivos aos VEs
5 Austrália: estado de New South Wales estabelece visão de longo prazo para ME

Inovação e Tecnologia
1 Lechanché: bateria modular para carros, caminhões e trens
2 Nissan e IPEN renovam parceria e carro elétrico a etanol avança

Indústria Automobilística
1 Audi: lançamento dos últimos carros a gasolina e a diesel em 2026
2 GM: estratégia de investimentos até 2025
3 GM: aumento de investimento em VEs e fábricas de baterias

4 Volkswagen: encontro do G7 se mostrou tímido diante da descarbonização na mobilidade

5 Honda: objetivos globais da empresa para 2040 e 2050

6 China: especialistas preveem que VEs dominarão o mercado local em 2030

7 VW: investimento em caminhão elétrico soma R$ 150 milhões

8 Kia e Uber estabelecem parceria estratégica na Europa
9 Renault: lançamento de VEs compactos destinados a serviços comerciais urbanos
10 Ford: estratégia de gerenciamento de frotas comerciais elétricas
11 Toyota: posicionamento acerca da eletrificação de veículos
12 Porsche fecha parceria para produzir baterias de carros elétricos

Meio Ambiente
1 Desafios para uma produção sustentável de baterias de VEs
2 Reciclagem das baterias de VEs: principais desafios no Brasil
3 Bactérias podem permitir a reciclagem das baterias
4 Renováveis estão dentro dos planos da Audi

Outros Artigos e Estudos
1 Maioria dos donos de VEs no Brasil geram energia em casa
2 Eletrificação da mobilidade no Brasil poderá gerar excesso de açúcar
3 Fisker acredita que os VES serão mais competitivos em 2025
4 Delft University of Technology: preferências dos motoristas em relação ao V2G


 

 

Políticas Públicas e Regulatórias

1 Reino Unido: coalizão de frotas elétricas e a importância da atuação governamental

A Coalizão de Frotas Elétricas do Reino Unido está pedindo ao governo que mostre liderança em questões que afetam a adoção de veículos elétricos. Tendo apoiado a introdução da proibição de 2030 na venda de novos carros e vans a gasolina e diesel, o grupo, que inclui cinco dos maiores operadores de frotas do Reino Unido, produziu um documento político que descreve algumas das principais questões que afetam a adoção de VEs em massa e sugeriu ações que o governo poderia tomar. As 32 empresas que se juntaram à Coalizão de Frotas Elétricas do Reino Unido incluem: BT, Centrica, DPD e Royal Mail. Coletivamente, os membros operam mais de 800.000 carros e vans no Reino Unido. Alguns dos temas abordados no documento são: i) mandato de veículos com zero emissão; ii) regulação de CO2 competitiva para veículos na UE; iii) questão da paridade de custos entre veículos a combustão e zero emissões; iv) incentivo para a compra de veículos zero emissão de segunda mão; v) licitação de pontos de carregamento e atualizações para conexões de rede; vi) direito de recarga; e vii) questão da interoperabilidade da recarga. (Fleet News – 17.06.2021)

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2 Índia: novos incentivos aumentarão a demanda por elétricos de duas-rodas

Os novos incentivos FAME II anunciados recentemente pelo governo indiano farão com que o preço dos VEs de duas rodas seja competitivo frente aos veículos a gasolina. O novo subsídio reduzirá significativamente a diferença de preço inicial entre os elétricos de duas rodas e os motores de combustão interna (ICE) de duas rodas. O aumento de 50% no incentivo à demanda na forma de subsídio reduzirá o custo inicial de propriedade para VEs de duas rodas em um mínimo de 10% a 12%. A indústria já tem falado sobre o que essa vantagem de preço significará para os fabricantes de veículos elétricos. Nagesh Basavanhalli, MD e CEO do grupo Greaves Cotton, disse: "A nova e revisada política de incentivos FAME II vai impulsionar a adoção de VEs, especialmente VEs de duas e três rodas no país. Com as pessoas se tornando mais conscientes da saúde e do meio ambiente pós-pandemia e mudando para soluções de mobilidade pessoal, este anúncio aumentará o nível de penetração de scooters elétricos e e-rickshaws.". De acordo com Bhavish Aggarwal, presidente e CEO do grupo Ola, a Índia tem potencial para liderar o mundo em mobilidade sustentável e se tornar um grande mercado, bem como um centro de fabricação de VEs global. (The Times of India – 14.06.2021)

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3 Noruega: políticas públicas e baixo custo de eletricidade impulsionaram ME

A Noruega lidera o mercado global, quando se trata de veículos elétricos. Dos novos carros vendidos no país, 60% são elétricos, uma vantagem significativa em relação a outros países. Para alcançar esse sucesso na eletrificação, as políticas públicas do governo foram fundamentais, com incentivos que visavam tornar o preço dos elétricos competitivos em relação aos veículos convencionais, a partir de redução de impostos e isenção de pedágios e tarifas para os VEs. O governo também optou por aumentar o custo de aquisição dos veículos a combustão a partir de um imposto sobre a poluição. O amplo parque hidroelétrico do país também foi capaz de facilitar essa transição, providenciando 96% da eletricidade consumida no país. Além disso, a Noruega é um dos países que apresenta o menor custo de eletricidade do mundo, o que torna ainda mais interessante a escolha dos consumidores por veículos movidos a eletricidade. (REVE – 20.06.2021)

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4 Austrália: estado de New South Wales estabelece incentivos aos VEs

O governo do estado de New South Wales, na Austrália, irá dispensar o imposto de selo nas compras de VEs e fornecer subsídios para 25.000 novas compras como parte de uma estratégia de US$ 490 milhões para impulsionar a adoção de VEs. De acordo com o plano anunciado, as pessoas que comprarem veículos com bateria e célula de combustível de hidrogênio com preços abaixo de $ 78.000 a partir de 1º de setembro não pagarão imposto de selo, e descontos de $ 3.000 estarão disponíveis no mesmo dia para as primeiras 25.000 compras privadas de carros eletrificados com preços abaixo de $ 68.750. Além disso, o governo disse que atrasaria um imposto de usuário de estrada para carros de zero e de baixa emissão por seis anos ou até que novos VEs representem 30% das vendas de carros novos. (The Guardian – 19.06.2021)

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5 Austrália: estado de New South Wales estabelece visão de longo prazo para ME

O governo do estado indicou que gastaria US$ 171 milhões em nova infraestrutura de carregamento, incluindo US$ 131 milhões em carregadores de veículos ultrarrápidos, US$ 20 milhões em subsídios para "carregadores de destino" em áreas regionais e US$ 20 milhões em infraestrutura de carregamento em centros de transporte público. O objetivo do conjunto de políticas para fomento a infraestrutura de recarga seria garantir que as famílias com estacionamento limitado fora da rua não fiquem a mais de 5 km de um carregador, e que os carregadores sejam instalados em intervalos de 100 km ao longo das principais rodovias e em intervalos de 5 km nas principais estradas de Sydney. O ministro de energia e meio ambiente Matt Kean disse que as mudanças nos incentivos e políticas tornariam mais fácil para as pessoas escolherem seu como carro novo um elétrico e ajudariam o estado a obter emissões líquidas zero até 2050. “Nosso objetivo é aumentar as vendas dos elétricos para mais de 50% dos carros novos vendidos em NSW até 2030 e para que os eletrificados sejam a grande maioria dos carros novos vendidos no estado até 2035”, disse Matt Kean. (The Guardian – 19.06.2021)

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Inovação e Tecnologia

1 Lechanché: bateria modular para carros, caminhões e trens

A Leclanché, empresa suíça especializada na produção de baterias de íon-lítio de alta densidade, acaba de apresentar seus novos módulos M3. São produtos de última geração que prometem alto desempenho e garantem maior densidade de energia, independentemente do tipo de células utilizadas. Do ponto de vista técnico, os módulos M3 são capazes de suportar 20.000 ciclos se equipados com células LTO e até 8.000 ciclos se equipados com células G / NMC. Além disso, os módulos foram projetados para serem compatíveis com potências de corrente e tensão muito diferentes, capazes de atingir até 800 Amperes e até 1.200 Volts e foram equipados com duas unidades de controle, escravo e mestre, com as quais se comunicam. Isso garante uma gestão de energia eficiente e segura e oferece uma série de serviços avançados. Eles são projetados para serem facilmente configuráveis e, portanto, responder a várias necessidades. Versões com células G / NMC de maior densidade são mais adequadas para automóveis, enquanto aquelas com células LTO, que possuem carregamento mais rápido, poderiam ser utilizadas em ônibus e transporte pesado, mas também em veículos que adotam motorização a hidrogênio com células a combustível. A Leclanché se firma como a maior fabricante de módulos e células da Europa, ao menos por enquanto. (Inside EVs – 18.06.2021)

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2 Nissan e IPEN renovam parceria e carro elétrico a etanol avança

Em 2015, a Nissan iniciou um estudo para uma forma diferente de ter um carro elétrico, com a tecnologia chamada de Solid Oxide Fuel Cell. Com ela, um veículo seria movido a um motor elétrico e com uma célula de combustível igual à dos carros a hidrogênio. A diferença está no uso do etanol para gerar o hidrogênio na hora, o que poderia mesclar o desempenho de um elétrico com a praticidade de um carro a combustão. A Nissan está trabalhando em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Até agora, o sistema trabalha com um reformador que recebe o etanol do tanque e faz a reação química para transformá-lo em hidrogênio, transmitindo direto para a célula de combustível. Ricardo Abe, gerente de engenharia de produtos da Nissan do Brasil, comenta que o momento agora é reduzir o tamanho da bateria, aumentar a eficiência e integrar mais elementos no sistema SOFC, eliminando o reformador separado. A Nissan continuará o trabalho de desenvolvimento até 2025 para, só então, analisar os resultados e decidir se vale a pena seguir em frente, iniciando uma produção em massa ou estendendo o ciclo de pesquisa para melhorar o sistema SOFC o suficiente para que acessível. A Nissan está desenvolvendo a tecnologia de olho no mercado global, em uma missão que busca encontrar uma alternativa aos carros elétricos, eliminando os problemas de recarga. Além disso, um carro a hidrogênio também apresenta diversos desafios que fazem com que fique muito caro, pois o hidrogênio demanda muito espaço e estruturas reforçadas de armazenamento que evitem acidentes. Com o SOFC, isso fica mais fácil. (Inside EVs – 15.06.2021)

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Indústria Automobilística

1 Audi: lançamento dos últimos carros a gasolina e a diesel em 2026

A Audi não pretende mais lançar carros com motores a combustão interna a partir de 2026. Isso serve também para os conjuntos híbridos (inclusive híbridos plug-in). De acordo com a apuração do Süddeutsche Zeitung, os modelos térmicos remanescentes permaneceriam no mercado até 2030, quando a marca se tornaria 100% elétrica. O jornal alemão deu a notícia com base em algumas declarações que o CEO da Audi, Markus Duesmann, teria dado durante uma reunião com alguns representantes dos trabalhadores e da alta administração da empresa. A Audi já havia declarado que não iria mais desenvolver novos motores de combustão interna e suas intenções sobre encerrar as vendas desse tipo de propulsão. No entanto, a data para se tornar 100% elétrica era 2035, prazo que agora está sendo reduzido para 2030. (Inside EVs – 18.06.2021)

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2 GM: estratégia de investimentos até 2025

A General Motors anunciou que aumentará seus investimentos em VEs e carros autônomos para US$ 35 bi entre os anos de 2020 e 2025, o que representa um aumento de 75% em relação ao compromisso inicial anunciado antes da pandemia. A intensificação desse compromisso da GM acelera sua estratégia de transformação para se tornar líder de mercado em VEs na América do Norte; líder global em tecnologia de bateria e célula de combustível por meio de sua plataforma de bateria Ultium e células de combustível HYDROTEC; e, por meio da Cruise, ser a primeira a comercializar com segurança a tecnologia de direção autônoma em grande escala. O anúncio recente baseia-se no compromisso inicial da GM anunciado em março de 2020 de investir US$ 20 bi de 2020 a 2025, incluindo capital, despesas de engenharia e outros custos de desenvolvimento, para acelerar sua transição para VEs e veículos autonômos. Em novembro de 2020, a empresa aumentou o investimento planejado para US$ 27 bi, considerando o mesmo período. Os investimentos adicionais e novas colaborações da GM são de longo prazo e projetados para criar vantagens competitivas ainda maiores para a empresa. (Media.GM – 16.06.2021)

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3 GM: aumento de investimento em VEs e fábricas de baterias

A General Motors está acelerando seus planos de produção de VEs. A montadora disse que planeja construir mais duas fábricas de baterias nos EUA nos próximos anos, além das duas fábricas de baterias que já está construindo em Ohio e Tennessee. A empresa planeja gastar US $ 35 bi em VEs até 2025, valor que vem aumentando nos últimos meses. O impulso da GM em aumentar os gastos em VEs seguem um anúncio da Ford Motor de começar a fabricação de uma versão elétrica de sua picape F-150 neste ano. A Ford disse recentemente que espera gastar US $ 30 bi em VEs e caminhões até 2025. A Tesla está liderando a mudança para VEs e espera-se que venda cerca de 800.000 carros globalmente este ano. A GM este ano apresentou uma versão atualizada de seu carro elétrico, o Chevrolet Bolt, e uma picape GMC Hummer movida a bateria que deve entrar em produção no final deste ano e deve ser seguida por mais de 20 modelos elétricos nos próximos quatro anos. A GM estabeleceu como meta vender um milhão de VEs por ano até 2025. Ela também espera produzir apenas carros elétricos e caminhões até 2035. (The New York Times – 16.06.2021)

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4 Volkswagen: encontro do G7 se mostrou tímido diante da descarbonização na mobilidade

O tímido empenho do G7 na descarbonização da mobilidade desagradou a muitos, especialmente os fabricantes automotivos mais avançados na eletrificação. É o caso da Volkswagen, que expressou sua decepção no Twitter por meio do seu principal executivo. O CEO, Herbert Diess, criticou os líderes mundiais por não terem definido uma data para o banimento do carvão como fonte de energia, uma medida que seria vital para neutralizar mais rapidamente os estragos causados pelas emissões de CO2. O executivo apontou que os veículos elétricos só cumprirão seu papel chave para atingir as metas climáticas para 2030, se forem vinculados a uma expansão das energias limpas. A Volkswagen planeja ser neutra em carbono até 2050 e ter pelo menos uma versão verde para cada modelo até 2030, quando já terá lançado 70 totalmente elétricos e 60 plug-ins. A Volkswagen também está muito ativa na construção de novas Giga-fábricas de baterias na Europa. A decepção do executivo com o G7, ocorre, pois, em vez de fixar prazo de validade para as vendas de carros movidos a gasolina e a diesel, nem mesmo se fixou uma meta mínima para a produção de carros elétricos, limitando-se a uma meta genérica dentro da questão do transporte. (Inside EVs – 17.06.2021)

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5 Honda: objetivos globais da empresa para 2040 e 2050

O novo presidente da empresa na América do Sul, Atsushi Fujimoto destacou os objetivos globais da empresa de apenas comercializar veículos elétricos em 2040 e acrescenta que a marca japonesa quer eliminar mortes por acidentes em veículos da Honda até 2050, a partir da adoção em massa dos sistemas de assistência à condução e direção autônoma. A estratégia global da Honda será focada em segurança, meio ambiente e conectividade. "No Brasil e na região seguiremos esses mesmos objetivos”, completou. O primeiro carro eletrificado da marca a desembarcar no país será o novo Honda Accord híbrido, o sedã será o primeiro de três modelos eletrificados que a Honda prometeu trazer ao Brasil até 2023. (Inside EVs – 15.06.2021)

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6 China: especialistas preveem que VEs dominarão o mercado local em 2030

A categoria de VEs foi responsável por mais de 10% das vendas de carros novos na China em março e cresceu para 11,4% em maio, disse Wang Chuanfu, fundador da BYD. Ele previu que a taxa de penetração aumentaria para mais de 70% em 2030. William Li, fundador e CEO da startup de carros elétricos Nio, é mais otimista. Ele previu que os chamados VEs inteligentes irão representar 90% das vendas de carros novos em 2030. Em maio, a BYD disse que suas vendas de VEs de passageiros aumentaram 23% em relação ao mês anterior, para 31.681 veículos, dos quais pouco mais da metade eram movidos apenas por baterias. O sedã Han da empresa está entre os cinco VEs novos mais vendidos na China - atrás apenas do modelo 3 e do modelo Y da Tesla, de acordo com a China Passenger Car Association. Em primeiro lugar está um carro elétrico econômico, o Wuling Hongguang Mini, desenvolvido em uma joint venture da General Motors na China. Muitas montadoras estrangeiras, como a Volkswagen, buscaram lançar VEs primeiro na China, onde as vendas de veículos movidos a bateria foram impulsionadas por subsídios do governo central e outras políticas. A cidade de Pequim almeja que 20% dos carros novos vendidos sejam VEs até 2025. À medida que o mercado local de VEs cresce, Wang, da BYD, disse que espera que as marcas de automóveis chinesas representem 60% do mercado local até 2030, graças em parte ao seu domínio da tecnologia central. (CNBC – 15.06.2021)

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7 VW: investimento em caminhão elétrico soma R$ 150 milhões

Em 2017, a Volkswagen Caminhões e Ônibus surpreendeu o mercado ao anunciar a intenção de produzir um caminhão elétrico no Brasil. A primeira unidade do chamado e-Delivery, de 11 toneladas, vai ficar para a própria Volks, para marcar o momento histórico. Mas a Ambev espera as próximas 1,6 mil. A cervejaria foi o primeiro cliente a fechar a intenção de compra de um lote que somará essa quantidade até 2023. Outros já estão em processo de fechamento de contratos. O projeto do e-Delivery absorveu investimento de cerca de R$ 150 milhões. Os recursos fazem parte de um programa que totalizará R$ 2 bilhões até 2025. A linha de produção do primeiro caminhão elétrico fabricado no Brasil começa com quatro unidades por dia e cerca de mil no primeiro ano. É um volume ainda pequeno para uma fábrica que tem capacidade para produzir em torno de 100 mil veículos por ano. A demanda por esse tipo de produto ainda é tímida em razão do preço. Para adquirir um caminhão elétrico o transportador precisa desembolsar o equivalente a 2,7 vezes o valor de um convencional. Os preços tendem a cair a partir do momento em que a demanda crescer o suficiente para convencer os parceiros da Volks nesta empreitada a nacionalizar componentes. Antes que isso aconteça, as vendas serão puxadas apenas por empresas que têm a questão ambiental como uma das prioridades. (Valor Econômico – 15.06.2021)

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8 Kia e Uber estabelecem parceria estratégica na Europa

A Kia e a Uber fecharam uma parceria importante na Europa e que promete estimular ainda mais o uso de carros elétricos. A montadora sul-coreana disponibilizará um desconto de até 8% para motoristas que adquirirem as variantes elétricas do Niro e do Soul, dois dos modelos mais populares com esse tipo de propulsão no continente. Os motoristas interessados poderão fazer todas as modalidades de compra desses carros. A Uber, ao fechar acordo com a Kia, chega à terceira montadora com este tipo de prática, uma vez que já tem parcerias nos mesmos moldes firmadas com a Nissan e a Hyundai, esta última a dona da Kia. A expectativa da Kia é que até 2030 a Uber tenha em sua frota mais de 30 mil motoristas guiando um dos modelos elétricos da companhia. A montadora sul-coreana, aliás, deve lançar mais modelos até 2026, com alguns deles programados até para chegarem ao Brasil. A parceria da Uber com a Kia prevê regulamentos de emissões cada vez mais rígidos em toda a Europa com o passar dos anos. Para acompanhar, o app de transporte também tem como meta ter mais de 100 mil VEs em sua plataforma europeia até 2025 e 50% da distância percorrida em algumas das principais cidades europeias em veículos com zero emissão. Com este anúncio, o Uber também disse que planeja continuar a expansão do Uber Green para até 60 cidades europeias até o final do ano. (CanalTech – 16.06.2021)

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9 Renault: lançamento de VEs compactos destinados a serviços comerciais urbanos

A Renault anunciou o lançamento da Mobilize no começo do ano, uma submarca de veículos elétricos compactos destinados a serviços de compartilhamento e entregas urbanas. Na sequência, revelou o conceito EZ-1 que deu origem a três carros elétricos que estão sendo apresentados. A Mobilize é um braço da Renault dentro da sua estratégia 'Renaulution', para oferecer serviços de mobilidade nas cidades através de veículos compartilhados e além disso está aliado a economia circular, trabalhando em como dar uma segunda vida às baterias, reciclá-las e desenvolver plataformas de última geração para o gerenciamento dessas novas demandas. Em termos de especificações, os veículos serão equipados com uma a quatro baterias com capacidade de 2,3 kWh a 9,2 kWh. Desse modo é improvável que os carros da Mobilize consigam ser utilizados fora do circuito urbano. (Inside EVs – 19.06.2021)

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10 Ford: estratégia de gerenciamento de frotas comerciais elétricas

Os operadores de frotas comerciais são uma parte crucial da base de clientes da Ford e seu plano para voltar a ter uma base financeira mais firme. Para ajudar com os desafios envolvendo frotas elétricas, a Ford adquiriu uma startup do Vale do Silício chamada Electriphi. As frotas normalmente têm uma utilização muito maior de seus veículos do que os consumidores médios e, como os veículos que usam geralmente são muito menos eficientes, em termos de combustível, do que os veículos que a maioria das pessoas dirige, os custos com combustível aumentam muito mais rapidamente. Junto com o aumento dos custos de manutenção, os custos operacionais gerais para veículos comerciais representam uma parte muito maior do custo total de propriedade. Isso é o que torna a eletrificação da frota uma perspectiva tão atraente. Gerenciar uma frota elétrica também apresenta desafios, é aqui que entra a Electriphi. Eles desenvolveram uma plataforma de software que a Ford irá incorporar ao seu sistema telemático de frota. Com a conectividade padrão nos veículos, Electriphi será capaz de monitorar o estado de carga de cada veículo da frota. Ele também terá acesso a todos os carregadores no depósito, bem como a outros dados. Esse monitoramento irá permitir um gerenciamento muito melhor das frotas elétricas. (The Times of India – 17.06.2021)

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11 Toyota: posicionamento acerca da eletrificação de veículos

A Toyota está mantendo firmemente sua posição de que os carros não elétricos também desempenharão um papel duradouro nos mercados automotivos globais. A linha de produtos da montadora ao longo dos próximos 30 anos irá conter uma miríade de opções, além de apenas carros elétricos. “É muito cedo para se concentrar em uma opção”, disse o diretor Shigeki Terashi, respondendo à pergunta de um investidor sobre por que a maior montadora do mundo está tomando uma rota de eletrificação diferente da Honda Motor, que tem como meta vender só VEs em 2040. Terashi disse que até 2050 diferentes opções, incluindo híbridos e veículos com células de combustível, precisam competir entre si para que a empresa fique com as melhores opções. “No final, o que importa é o que os clientes escolhem”, disse o diretor de tecnologia da Toyota, Masahiko Maeda. (Exame – 16.06.2021)

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12 Porsche fecha parceria para produzir baterias de carros elétricos

A Porsche terá sua própria joint venture de baterias. A marca alemã irá trabalhar em parceria com a também alemã Customcells e terá como foco a produção de acumuladores de alto desempenho. A Porsche investirá no novo empreendimento o dobro do valor de mercado da empresa sediada em Tübingen e terá 80% das ações. A Customcells terá como objetivo produzir baterias de íon-lítio para automóveis com maior densidade de energia e processos de carregamento mais rápidos do que as usadas atualmente. Entre os objetivos da nova empresa também está o de criar células que utilizem quantidades menores de metais raros, de forma a conter também os custos de produção. A nova joint venture vai iniciar linhas de montagem capazes de fornecer baterias para aproximadamente 1.000 carros por ano. A Porsche, que está dentro do Grupo Volkswagen, assume assim um papel cada vez mais “independente” na transição ecológica do grupo. Além das novas baterias “internas”, a empresa de Stuttgart usará uma plataforma dedicada para seus modelos de emissão zero. (Inside EVs – 21.06.2021)

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Meio Ambiente

1 Desafios para uma produção sustentável de baterias de VEs

O coração dos veículos elétricos é a bateria, a qual apresenta dois problemas ainda sem solução: i) obtenção sustentável de minerais estratégicos para sua produção; e ii) reciclagem das baterias descartadas. Com as perspectivas de expansão da adoção dos veículos elétricos, a demanda por esses materiais crescerá substancialmente. Além do aumento dos preços, especialistas temem o avanço da mineração ilegal. Apostar na reciclagem das baterias pode ajudar a reduzir a mineração desenfreada e evitar que as baterias não acabem descartadas em aterros sanitários, de onde contaminariam o meio ambiente. No entanto, a indústria de reciclagem não tem evoluído com a mesma rapidez dos investimentos na produção das baterias. “O desafio é criar um sistema que dê conta da sofisticação dessas baterias. Elas possuem componentes mais valiosos do que as convencionais, de chumbo-ácido, usadas nos veículos a combustão”, observa Jorge Tenório, professor do Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica da USP. (O Estado de São Paulo – 18.06.2021)

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2 Reciclagem das baterias de VEs: principais desafios no Brasil

Boa parte dos projetos emergentes ainda apresentam baixa recuperação dos metais e o consumo de energia, além de alto, pode emitir gases poluentes. A reciclagem também esbarra em opções estratégicas da indústria. Ainda há baixa padronização das baterias, devido a competição entre as montadoras para alcançar a dianteira dessa indústria. A logística destinada a coletar e transportar as baterias usadas de forma segura é outro problema em busca de solução. Pelas suas composições, os atuais pontos de coleta de eletroeletrônicos ou de pilhas portáteis não poderão ser utilizados para recebê-las. Além disso, ainda não existe no Brasil uma indústria que faça a reciclagem de baterias de lítio. Assim, o material tem de ser exportado para outros países. Uma ideia seria confiar às montadoras a logística reversa dessas baterias, como ocorre na Europa, que já estendeu essa responsabilidade aos produtores. Mas confiar essa tarefa às montadoras, que não têm isso em seu core business, além de ineficaz, pode inibir a criação de outras tecnologias. (O Estado de São Paulo – 18.06.2021)

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3 Bactérias podem permitir a reciclagem das baterias

As baterias dos VEs utilizam metais raros, o que está levando a uma “corrida do ouro moderna” em alguns países pobres do mundo, como Bolívia e República Democrática do Congo, devido a expansão da adoção desses veículos. Contudo, as novas biotecnologias podem trazer uma maneira muito mais eficiente de obter esses materiais, através da reciclagem de baterias velhas. Em um artigo recente publicado no The Conversation, o pesquisador e professor da Universidade Coventry, no Reino Unido, Sebastian Farnaud, defende que algumas bactérias poderiam fornecer um método muito mais eficaz e ecológico para extrair metais raros de dentro de baterias usadas de carros elétricos. De acordo com o acadêmico, o processo permitiria a reciclagem de um número maior de baterias, com um consumo menor de energia. A técnica foi chamada de biolixiviação ou biominação, e consiste no uso de microrganismos capazes de oxidar metais como parte de seu metabolismo. Ela não é exatamente uma novidade e já foi usada na indústria para extração de metais de minérios. Sua baixíssima pegada de carbono faz com que o método seja uma alternativa muito mais ecológica em comparação com os métodos de reciclagem de materiais usados atualmente. (Olhar Digital – 19.06.2021)

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4 Renováveis estão dentro dos planos da Audi

A Audi não quer se limitar a produzir carros elétricos. A empresa pretende se estabelecer como um fornecedor global de mobilidade com zero emissões e para atingir esse objetivo irá contar com diversas parcerias no setor de energia com foco nas fontes renováveis. Esse plano inclui a construção de parques eólicos e solares em vários países da Europa nos próximos cinco anos. Um conjunto de infraestruturas que será capaz de gerar mais de 5 TWh de energia limpa anualmente, o que é bastante expressivo. (Inside EVs – 18.06.2021)

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Outros Artigos e Estudos

1 Maioria dos donos de VEs no Brasil geram energia em casa

Conforme a frota de VEs cresce no Brasil, aumenta também a procura por métodos para alimentar esses automóveis de forma limpa e econômica. Adicionalmente a esse processo, o custo da eletricidade vem subindo no país. Em 2021, a projeção de aumento é de 13% e a possibilidade de um racionamento de energia é crescente. A solução para escapar dessa conta é produzir energia em casa, a partir de painéis fotovoltaicos. Possuir um carro elétrico acaba virando um incentivo direto para essa adoção. Segundo a Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores (Abravei), mais de 90% dos proprietários de elétricos que residem em casas instalaram painéis solares fotovoltaicos nas suas residências. (Automotive Business – 16.06.2021)

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2 Eletrificação da mobilidade no Brasil poderá gerar excesso de açúcar

Conforme avança a transição para os VEs, o Brasil caminha para, no futuro, inundar o mercado global de açúcar, à medida que a demanda por biocombustíveis à base de plantas for caindo. É o que aponta estudo liderado por Soren Jensen, ex-diretor operacional da Alvean, a maior trading de açúcar do mundo. Segundo o estudo, a demanda por etanol deverá começar a cair em 2030, quando o uso dos veículos eletrificados estiver mais disseminado. Essa queda deixará as usinas brasileiras sem opção a não ser produzir mais açúcar, do qual o Brasil já é o maior exportador. Essa transformação representará um golpe no mercado mundial de açúcar, e os impactos do excesso e da queda de preços atingirão alguns países cujos custos de produção são mais altos. A demanda por etanol, que em alguns anos representa mais de 50% de toda a cana moída no Brasil, poderá começar a perder força em 2025 e cair cerca de 40% até 2035, de acordo com o pior cenário traçado no estudo. De 2035 a 2040, mais 20% seriam perdidos, deixando a demanda em 40% do nível atual. Os usineiros brasileiros podem alternar rapidamente a produção de açúcar ou de etanol, o que lhes permite reagir melhor a mudanças na oferta e na demanda mundiais de açúcar. No entanto, a adoção dos carros elétricos fará com que o Brasil perca essa capacidade de equilibrar o mercado de açúcar, impactando outros países. (Valor Econômico – 16.06.2021)

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3 Fisker acredita que os VES serão mais competitivos em 2025

A co-fundadora da Fisker e esposa do CEO da empresa, Geeta Gupta-Fisker, que é a CFO desta desenvolvedora americana de VEs, compartilhou suas ideias em uma teleconferência na Barron’s. Para a maioria dos compradores, ela está convencida de que os carros elétricos se tornarão mais atraentes do que os carros tradicionais com motores de combustão interna em 2025. Para isso, é necessário aumentar o volume de produção de componentes específicos para carro elétricos por todos os meios. No final do próximo ano, a Fisker começará a receber os primeiros elétricos Ocean de produção da Magna. Até o final de 2023, a Foxconn deverá ter dominado a produção do segundo carro elétrico da marca com o nome funcional PEAR, que será oferecido no varejo a um preço inferior a US$ 30.000. A própria empresa tem a oportunidade de se concentrar no desenvolvimento de hardware e software, interface de usuário e interação com o cliente. É no design e na experiência do cliente que a competição entre os fabricantes de VEs se desenvolverá, de acordo com o CFO da Fisker. (Inside EVs – 18.06.2021)

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4 Delft University of Technology: preferências dos motoristas em relação ao V2G

De acordo com um novo estudo realizado por pesquisadores da Delft University of Technology, no contexto do tempo de recarga atual, os motoristas holandeses em geral, apresentaram uma preferência por não participar de contratos V2G. O oposto foi observado se tratando de recarga rápida. Com relação aos atributos específicos do contrato V2G, os motoristas de VEs estão mais preocupados com os ciclos de descarga. Também é importante o nível mínimo de bateria garantido. A importância desse critério cai significativamente no contexto de carregamento rápido. Isso implica que o desenvolvimento de tecnologia de carregamento rápido deve facilitar a adoção generalizada do V2G. Além disso, a remuneração mensal e o tempo de plug-in também influenciam as preferências das pessoas para a adoção da tecnologia. O artigo publicado no periódico Energy Policy, visou contribuir para a literatura sobre a adoção de V2G explorando as preferências dos motoristas holandeses para participar em contratos V2G em termos de diferentes atributos e também avaliar o impacto da tecnologia de recarga rápida nas preferências para esses contratos. (Green Car Congress – 20.06.2021)

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Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Fabiano Lacombe e Luiza Masseno
Pesquisadores: Vinicius José da Costa e Pedro Barbosa
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

As notícias divulgadas no IFE não refletem necessariamente os pontos da UFRJ. As informações que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe de pesquisa sobre o Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ.

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