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IFE: nº 2 - 18 de abril de 2022
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Editor: Prof. Nivalde J. de Castro

Índice

Seção Nacional
1
Eletronuclear: Chuvas não comprometem operação de usinas nucleares em Angra
2 Energia nuclear volta ao debate energético
3 Submarino nuclear: como funciona veículo que tentaram vazar ao Brasil
4 Ministro da Economia afirma que privatização da Eletrobras aumentará investimentos em nuclear

Seção Internacional
1 Europa: Presidente da Zero recusa nuclear como caminho para independência energética
2 AIEA: Ataque a reator nuclear é improvável no conflito Rússia-Ucrânia
3 Chefe da agência nuclear da ONU esteve presente em negociações sobre segurança de usinas na Ucrânia
4 Estados Unidos: Mapeamento da energia nuclear
5 Reino Unido: Por que há tanta oposição a energia nuclear?
6 Reino Unido: Johnson aposta em energia nuclear apesar das ressalvas do Chanceler do Tesouro
7 OCDE: Inicialização da segunda unidade da usina de energia nuclear de Barakah é um grande marco
8 Empresa de combustível nuclear anuncia planos para usina de Oak Ridge

9 Fusão nuclear: Alternativa que pode fornecer um futuro seguro e com energia limpa

10 África: Única usina nuclear do continente vê possível extensão de 20 anos na concessão
11 Fundo do governo japonês adquire participação da NuScale
12 China avança em testes de comissionamento de nova usina nuclear
13 Inglaterra: Fusão nuclear utilizando novos materiais gera recorde de geração de energia
14 AIEA: Sistema de gerenciamento de resíduos radioativos na Húngria
15 Canadá: Áreas próximas ao BWXT Peterborough permanecem seguras
16 IPCC: “Futuro habitável” passa por desenvolvimento de parque nuclear mais robusto
17 EUA: Hyundai E&C vai explorar o mercado de desativação de usinas nucleares

Small Modular Reactor
1 República Tcheca: CEZ aloca espaço em Temelín para futuros SMRs
2 Canadá: Províncias avançam em plano para desenvolvimento de SMRs
3 Reino Unido: SMRs devem entrar em operação até o final de 2030

4 Espanha: SMRs são a "revolução energética" à qual o país ainda não aderiu

5 Reino Unido: Moorside pode receber SMRs

6 Marvel Energy focará em SMRs

7 Canada: Financiamento de US$ 30 milhões para desenvolvimento de SMR

8 EUA: Investimento da siderúrgica Nucor visa impulsionar o desenvolvimento da NuScale
9 Reino Unido: SMR da Rolls-Royce entra em etapa de avaliação de design do projeto
10 EUA – União Europeia: Clube pró-nuclear explora tecnologia dos SMRs em cooperação

 

 

Seção Nacional

1 Eletronuclear: Chuvas não comprometem operação de usinas nucleares em Angra

No dia 1° de abril, o estado do Rio de Janeiro foi atingido por fortes chuvas, que causaram desastres em várias partes do estado. Nesse cenário, Fernando Jordão, prefeito de Angra dos Reis, expressou sua preocupação caso ocorresse um acidente em uma das usinas nucleares em Angra dos Reis, local fortemente atingido pelas chuvas. Segundo ele, com obstruções na rodovia federal BR-101, seria impossível colocar em prática o plano de emergência para problemas nucleares. Porém, de acordo com a Eletronuclear não há riscos, pois as usinas Angra 1 e Angra 2 estão funcionando normalmente em sua plena capacidade e, mesmo que houvesse um acidente considerado improvável, o plano de emergência externo poderia ser implementado integralmente. (Estado de Minas - 03.04.2022) (Valor Econômico - 04.04.2022)

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2 Energia nuclear volta ao debate energético

No médio prazo, o Plano Decenal de Energia (PDE 2031) prevê a construção de uma quarta usina nuclear nos próximos dez anos, no Sudeste, em local a ser definido. Caso a planta saia do papel, o governo prevê que ela terá 1 GW de capacidade instalada, com início de operação em 2031. Com isso, a capacidade instalada de geração de energia nuclear no país deve crescer dos atuais 1.990 MW para 4.395 MW em 2031. De acordo com Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel)), a decisão do Ministério de Minas e Energia (MME) sobre a construção de uma quarta usina faz parte da política energética brasileira firmada no Conselho Nacional de Planejamento Energético (CNPE) para diversificar a matriz, investindo em um tipo de geração que independe de intermitência e sazonalidade. (Um Só Planeta - 05.04.2022)

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3 Submarino nuclear: como funciona veículo que tentaram vazar ao Brasil

Os submarinos nucleares voltaram a ganhar atenção recentemente, quando o jornal americano The New York Times revelou que um casal dos Estados Unidos tentou vender para o Brasil segredos militares acerca do seu funcionamento. Após a divulgação da notícia, a Folha de S.Paulo afirmou que um dos temas que o governo de Jair Bolsonaro levou à Rússia, em sua visita ao país no mês passado, foi a discussão de cooperação entre brasileiros e russos para avançar no programa da Marinha nacional no seu projeto de desenvolvimento de um submarino nuclear. Nesse caso, o termo mais correto a ser utilizado para falar desse veículo é "submarino de propulsão nuclear", já que o mesmo não é uma arma nuclear. Deste modo, a diferença entre esse tipo de submarino e um submarino comum é apenas o combustível utilizado para sua locomoção, deixando de fora seu poder de destruição. Por sua vez, como as usinas, os submarinos nucleares possuem seus próprios reatores, só que menores. (Tilt UOL - 20.03.2022)

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4 Ministro da Economia afirma que privatização da Eletrobras aumentará investimentos em nuclear

Segundo Paulo Guedes, ministro da Economia, a Eletrobras, em seu formato atual, ficará em risco e comprometerá a segurança energética brasileira se o país crescer com mais força nos próximos anos. Por isso, ele defende a privatização da companhia que traria alguns benéficos. Dentro dos pontos positivos tem-se a capitalização da estatal permitirá a recuperação de bacias hidrográficas e investimentos em energia nuclear, além de prever modicidade tarifária à população. Em suma, o ministro acredita que a operação vai destravar investimentos no setor de energia. (Tilt UOL - 20.03.2022)

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Seção Internacional

1 Europa: Presidente da Zero recusa nuclear como caminho para independência energética

Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista Zero recusa a energia nuclear como solução para a dependência energética de Portugal e da Europa, considerando que não tem sentido, mesmo com guerra, investir em uma tecnologia cara e pouco flexível. Segundo o presidente, a principal razão a ser considerada não é a ambiental, já que, apesar da ausência de emissões de gases com efeitos de estufa, na produção de energia esta é a mais cara por quilowatt-hora produzido. Além disso, ainda cabe incluir a componente do destino a dar aos resíduos radioativos de operação de uma central, que permanece radioativa durante séculos. No caso de Portugal, Ferreira acredita que a nuclear também deve continuar fora da mesa, pois o país tem flexibilidade de gestão da rede elétrica e segurança de abastecimento com as fontes já existentes e com a perspectiva de aumento da energia solar. (RTP Notícias - 01.04.2022)

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2 AIEA: Ataque a reator nuclear é improvável no conflito Rússia-Ucrânia

Após retornar de uma viagem à Ucrânia e à Rússia, visitando os reatores nucleares mais próximos da zona de guerra e constatando níveis de operações satisfatórias, Rafael Grossi (diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)) afirmou que o ataque a um reator nuclear não é um cenário provável e as instalações nucleares não foram alvos. Além disso, o diretor-geral falou sobre os relatos de tropas russas expostas à radiação na usina nuclear de Chernobyl. Segundo Grossi, em termos gerais, os níveis de radiação ao redor do local de Chernobyl são baixos. No caso, quando as tropas russas ocuparam o local, por causa do movimento de veículos blindados pesados que se aproximavam, em algumas áreas, o movimento do solo liberou alguma radiação e houve um ligeiro aumento nos níveis. (CNN Brasil - 01.04.2022)

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3 Chefe da agência nuclear da ONU esteve presente em negociações sobre segurança de usinas na Ucrânia

Rafael Mariano Grossi, chefe da agência de vigilância nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU), esteve na Ucrânia para negociações urgentes com o governo sobre a segurança das instalações das usinas nucleares do país. Em um comunicado emitido, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que as conversas com altos funcionários do governo ucraniano estão no centro dos planos da agência de evitar o risco de um acidente nuclear. Segundo Grossi, a Ucrânia solicitou a assistência da AIEA para segurança e proteção das usinas nucleares, de forma que a Agência tem o intuito de fornecer todo apoio necessário. (CNN Brasil - 01.04.2022) (CNN Brasil - 01.04.2022)

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4 Estados Unidos: Mapeamento da energia nuclear

No cenário atual, as usinas nucleares geram 19% da eletricidade nos Estados Unidos (EUA), de acordo com a Administração de Informações sobre Energia do país. Por sua vez, a CNBC, líder mundial reconhecida em notícias de negócios, utilizou dados da Comissão Reguladora Nuclear dos EUA para traçar um mapa dos reatores nucleares. Nesse caso, serão abordadas as usinas que estão atualmente em operação, passando por processos de descomissionamento visando o desligamento ou locais com licenças para novos reatores. Segundo o levantamento, existem 93 reatores nucleares comerciais operando nos EUA, em 55 locais e 28 estados, estando a maioria na porção leste dos EUA. Atualmente, 25 reatores estão em alguma fase de descomissionamento, considerando apenas os reatores que estão sendo oficialmente desativados de acordo com o Comissão Reguladora Nuclear (NRC). No caso das licenças aprovadas, há oito reatores nucleares a serem construídas nos país. (CNBC - 04.04.2022)

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5 Reino Unido: Por que há tanta oposição a energia nuclear?

Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, anunciou recentemente que deseja que a energia nuclear forneça 25% da eletricidade do país até 2050. De acordo com um porta-voz do Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial, a fonte nuclear desempenha um papel importante nos planos do Reino Unido para garantir a independência energética - particularmente do gás natural russo. Segundo o mesmo, a nova energia nuclear criará empregos de alta qualidade e impulsionará o crescimento econômico. Porém, mesmo com todos esses benefícios a nuclear encontra grande oposição dos territórios britânicos. Isso porque, os materiais radioativos podem persistir por milhares de anos e, quando liberados no meio ambiente, contaminam tudo, desde o ar, água e solo, humanos, animais e plantas. (Euronews - 03.04.2022)

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6 Reino Unido: Johnson aposta em energia nuclear apesar das ressalvas do Chanceler do Tesouro

Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, quer que sua prometida estratégia de segurança energética aposte alto na energia nuclear, apesar das ressalvas de Rishi Sunak, chanceler do Tesouro. Nesse caso, o primeiro-ministro está determinado a levar adiante os planos de construir até oito novas usinas nucleares, embora o chanceler esteja preocupado com o custo, projetado para chegar a mais de 13 bilhões de libras. Em resumo, entende-se que a estratégia energética, que será anunciada, provavelmente conterá metas para a energia nuclear, mas não levará em conta o custo. (The Guardian - 02.04.2022) (inews - 05.04.2022)

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7 OCDE: Inicialização da segunda unidade da usina de energia nuclear de Barakah é um grande marco

O início das operações comerciais da segunda unidade da usina de energia nuclear de Barakah dos Emirados Árabes Unidos é uma conquista impressionante que coloca o país no caminho certo para cumprir suas metas de neutralidade de carbono até 2050. Segundo William D Magwood, diretor geral da Agência de Energia Nuclear da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE/NEA), a operação da unidade é uma lição para o mundo de que novas usinas nucleares podem ser construídas no prazo, dentro do orçamento e por um país sem uma longa história com essa fonte de energia. Em resumo, a Barakah agora está gerando o dobro da quantidade de eletricidade livre de carbono, com o recente início das operações comerciais da sua segunda unidade. (Zawya - 03.04.2022)

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8 Empresa de combustível nuclear anuncia planos para usina de Oak Ridge

Uma empresa de combustível nuclear está chegando a Oak Ridge e planeja empregar pelo menos 400 pessoas. A TRISO-X LLC, uma subsidiária integral da X-energy LLC, selecionou o Parque Industrial Horizon Center em West Oak Ridge como o local para suas operações. De acordo com um comunicado oficial da empresa, a mesma será a primeira instalação comercial avançada de fabricação de combustível de reator nuclear baseada em urânio altamente enriquecido de baixo enriquecimento (HALEU) dos Estados Unidos. Nesse caso, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) indicado pelo Conselho Municipal de Oak Ridge, que administra o Horizon Center, votou por unanimidade para que seu presidente, David Wilson, negocie a transferência de terras para o TRISO-X. (OAK Ridger - 05.04.2022)

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9 Fusão nuclear: Alternativa que pode fornecer um futuro seguro e com energia limpa

A energia nuclear é uma fonte de energia controversa, mas a fusão nuclear torna um pouco mais fácil engolir os benefícios. Segundo Mike Brown, a fusão nuclear é essencialmente o oposto da fissão nuclear. Nesse caso, o processo de fusão envolve o esmagamento de átomos uns contra os outros para criar átomos maiores – teoricamente liberando grandes quantidades de energia. Mas, ao contrário da fissão nuclear, esse processo ocorre sem as mesmas preocupações de segurança sobre derretimentos ou resíduos radioativos. Em seu primeiro longa para horizons, o novo boletim de inovação da Inverse, Brown entra em detalhes de empresas que veem o potencial e o dinheiro associado a um sistema de energia de fusão totalmente desenvolvido. (Inverse - 04.04.2022)

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10 África: Única usina nuclear do continente vê possível extensão de 20 anos na concessão

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) concluiu sua revisão dos Aspectos de Segurança da Operação de Longo Prazo (LTO) da usina Nuclear Koeberg, localizada na África. Nesse contexto, a avaliação foi concluída em 31 de março de 2022 e solicitada pelo Departamento de Recursos Minerais e Energia, por aspectos essenciais para a LTO segura de duas unidades da Koeberg. Deste modo, a aprimoração dos planos para a LTO da usina incluíram a análise da preparação, organização e programas da planta para um desempenho seguro. Entre outros, a equipe de especialistas nucleares internacionais sugeriu que a Eskom analisasse e implementasse criticamente todos os programas da usina para LTO, concluísse a verificação dos cabos apropriados e garantisse a funcionalidade total do sistema de monitoramento da estrutura de contenção. (Money Web - 05.04.2022)

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11 Fundo do governo japonês adquire participação da NuScale

Um fundo de investimento administrado pelo governo japonês comprou uma participação de US$ 110 milhões na NuScale Power, empresa com sede em Portland (EUA), que trabalha para projetar uma nova classe de reator nuclear modular. De acordo com a NuScale, os planos de tornar suas ações públicas ainda este ano está progredindo a medida que se funde com um fundo de investimento de capital aberto. Quando isso acontecer, ele disse que o Japan Bank for International Cooperation terá 8% ou 9% das ações da NuScale. (Oregonlive - 04.04.2022)

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12 China avança em testes de comissionamento de nova usina nuclear

A construção de Karachi 3, a segunda de duas unidades Hualong One a serem construídas perto de Paradise Point, na província de Sindh, começou em maio de 2016. Deste modo, a usina se conectou à rede em 4 de março. Desde então, vários testes de desempenho e comissionamento foram realizados em níveis de potência de 25%, 30%, 50%, 75% e 87% da capacidade, disse a China National Nuclear Corporation (CNNC). Assim que os testes em plena capacidade forem concluídos, o Karachi 3 realizará uma demonstração de 100 horas, após o qual entrará em operação comercial. Nesse caso, as primeiras plantas de demonstração domésticas do projeto Hualong One da CNNC são Fuqing 5 e 6, na província chinesa de Fujian. Em fevereiro, a Nucleoeléctrica Argentina e a CNNC assinaram um contrato de engenharia, aquisição e construção para o desenvolvimento da usina nuclear de Atucha 3. A fábrica, localizada perto de Lima, cerca de 100 quilômetros a noroeste da capital da Argentina, Buenos Aires, usará a tecnologia Hualong One. (WNN - 04.04.2022)

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13 Inglaterra: Fusão nuclear utilizando novos materiais gera recorde de geração de energia

O experimento de Joint European Torus (JET), construído na Inglaterra, quebrou o recorde de produção de energia por fusão nuclear em fevereiro deste ano. A façanha deixou cientistas de todo o mundo entusiasmados com o avanço demonstrado pelo reator, mas, para alguns, a verdadeira conquista está no uso de novos materiais. A fusão nuclear que gerou 10 quatrilhões de watts em reator é detalhada em estudos. Este reator de fusão nuclear produziu 10 vezes mais reações que o esperado pelos cientistas. Por volta de 2011, os engenheiros da JET atualizaram o desvio e as paredes internas do reator e passaram a utilizar o tungstênio, que tem ponto de fusão mais alto de qualquer metal. Eles também usaram o berílio, que possui propriedades térmicas e mecânicas ideais para um reator de fusão, já que absorve menos combustível que o grafite. Com isso, as paredes e o desvio “poderiam suportar cargas de calor quase 10 vezes maiores do que o cone do nariz de um ônibus espacial ao reentrar na atmosfera da Terra”, de acordo com os pesquisadores David Donovan e Lívia Casali. Ressalta-se assim que eles atribuem o recorde mais recente à utilização dos novos materiais. Apesar do avanço, ainda não é o suficiente, haja vista que o reator ainda gasta três vezes mais energia do que conseguiu produzir. (CanalTech & Positive News – 05.04.2022)

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14 AIEA: Sistema de gerenciamento de resíduos radioativos na Húngria

A Hungria está comprometida com a gestão segura e eficaz do combustível nuclear usado e dos resíduos radioativos, concluiu uma equipe de especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A pedido do governo húngaro, a AIEA realizou um serviço integrado de revisão para programas de gestão de resíduos radioativos e combustível usado, descomissionamento e remediação, conhecido como Artemis. As missões Artemis fornecem opiniões e conselhos de especialistas independentes, provenientes de uma equipe internacional de especialistas convocada pela AIEA. As revisões são baseadas nos padrões de segurança e orientação técnica da IAEA, bem como nas boas práticas internacionais. O objetivo da missão na Hungria era apoiar o país no cumprimento das obrigações da União Europeia que exigem uma revisão independente das estruturas e programas nacionais para a gestão de combustível usado e resíduos radioativos. A equipe forneceu recomendações e sugestões, incluindo que o governo deve especificar quando e em que base devem ser tomadas as decisões relativas à gestão do combustível usado. A AIEA disse que a equipe apresentará o relatório final da missão ao governo em dois meses. (World Nuclear News – 05.04.2022)

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15 Canadá: Áreas próximas ao BWXT Peterborough permanecem seguras

A Comissão Canadense de Segurança Nuclear diz que seu mais recente estudo de amostras de solo, água e ar mostra, novamente, que as áreas ao redor das instalações da BWXT Nuclear Energy Canada em Peterborough estão “protegidas” e não representam riscos à saúde. Como parte de seu acordo de renovação de licenciamento operacional, as áreas ao redor da instalação da Monaghan Road são testadas anualmente quanto aos níveis de urânio e berílio. A comissão divulgou os resultados de seu Programa Independente de Monitoramento Ambiental de 2021, que testou solo, água e ar em torno de áreas “acessíveis ao público” da cidade, com foco em substâncias radioativas e perigosas. O relatório concluiu que os níveis de urânio e berílio nas amostras estavam “abaixo das diretrizes disponíveis”. (Global News – 05.04.2022)

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16 IPCC: “Futuro habitável” passa por desenvolvimento de parque nuclear mais robusto

O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) diz que sem "reduções imediatas e profundas de emissões em todos os setores, limitar o aquecimento global a 1,5°C está fora de alcance". Eembora 2010-2019 tenha registrado a média anual de emissões globais de gases de efeito estufa em seus níveis mais altos, "a taxa de crescimento desacelerou" e "há evidências crescentes de ação climática". O relatório diz que existem opções em todos os setores para "pelo menos reduzir pela metade as emissões até 2030. Isso envolverá uma redução substancial no uso de combustíveis fósseis, eletrificação generalizada, eficiência energética aprimorada e uso de combustíveis alternativos (como o hidrogênio)". Por fim, no que tange à temática nuclear, foram identificadas três ações urgentes e necessárias para maximizar essa contribuição, que são: i) prolongar a vida dos reatores nucleares existentes; ii) fornecer acesso ao financiamento e simplificar os processos regulatórios e de licenciamento para novas usinas nucleares; e iii) investir no desenvolvimento de novas tecnologias nucleares, como esquemas de aquecimento urbano de baixo carbono e permitir a produção limpa de hidrogênio em escala. Para ler o relatório na íntegra, clique aqui. (World Nuclear News – 04.04.2022)

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17 EUA: Hyundai E&C vai explorar o mercado de desativação de usinas nucleares

A Hyundai Engineering & Construction (Hyundai E&C) está a caminho de se tornar a primeira empresa coreana a entrar no mercado de desativação de usinas nucleares dos EUA. A empresa anunciou em 30 de março que assinou um acordo de cooperação para descomissionamento de usina nuclear com a Holtec International. O acordo inclui gerenciamento de projeto (PM) para descomissionamento da usina nuclear de Indian Point em Buchanan, N.Y. Em novembro de 2021, a Hyundai E&C assinou um acordo com a Holtec International para a conclusão do projeto padrão da planta SMR-160 e entrega de projetos SMR-160 em todo o mundo. O último contrato permitirá que a Hyundai E&C participe diretamente do negócio de descomissionamento de usinas nucleares, que envolve planejamento de processo e construção, redução de volume de equipamentos de grande porte, descontaminação química e corte de vasos de pressão de reatores e componentes internos. A Hyundai E&C participará do desmantelamento de usinas nucleares dos EUA de propriedade da Holtec e avançará conjuntamente no mercado global de desativação de usinas nucleares. (Business Korea – 31.03.2022)

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Small Modular Reactor

1 República Tcheca: CEZ aloca espaço em Temelín para futuros SMRs

A CEZ reservou uma área na Usina Nuclear de Temelín como um local potencial para o primeiro SMR da República Tcheca. A CEZ assinou dois Memorandos de Entendimento sobre SMRs com a NuScale, um em setembro de 2019 e outro em fevereiro de 2020. A empresa também possui acordos de cooperação com a GE Hitachi, Rolls-Royce, EDF, Korea Hydro & Nuclear Power e Holtec. No que diz respeito a localidade escolhida, Temelín é um "local nuclear comprovado" que oferece "uma base geológica estável" e "uma abundância de pessoal operacional experiente". "Do ponto de vista da energia nuclear, Temelín é um local adequado, e sei por experiência que é preciso focar no futuro. Os pequenos reatores modulares são o futuro da energia, e é por isso que estou entrando ativamente nestas negociações sobre em nome da região sul da Boêmia e apoiar uma abordagem conjunta", disse Martin Kuba, governador da região sul do país. (World Nuclear News – 01.04.2022)

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2 Canadá: Províncias avançam em plano para desenvolvimento de SMRs

O governo provincial de Saskatchewan, juntamente com os governos de Ontário, New Brunswick e Alberta, anunciou um plano estratégico que delineia um caminho para o uso de SMRs, que espera poder avançar a meta da SaskPower de alcançar emissões de gases de efeito estufa líquido zero até 2050. Sobre as decisões de investimento, Don Morgan, Ministro da SaskPower diz que “a Saskatchewan não tomará uma decisão final sobre se construirá um SMR por vários anos, mas a SaskPower tem trabalhado diligentemente no planejamento do trabalho para ajudar a informar essa decisão”. Embora em seus estágios iniciais, o plano sugere que Saskatchewan poderia produzir até 1.200 megawatts (MW) de energia nuclear até o ano de 2042, com um reator inicial de 300 MW em construção até 2030 e operacional até 2034. As possíveis localizações de onde os reatores operariam ainda não foram identificadas pela província. (Global News – 28.03.2022)

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3 Reino Unido: SMRs devem entrar em operação até o final de 2030

Os chamados pequenos reatores modulares (SMRs) são necessários como parte das “soluções nucleares caras” para o fornecimento de energia da Grã-Bretanha, juntamente com a construção da usina nuclear Sizewell C, disse Boris Johnson ao Comitê de Ligação da Câmara dos Comuns. Pressionado sobre quanto tempo levaria para um SMR estar em funcionamento, Johnson disse: “Vi um pedaço de papel ontem à noite que dizia que eles pensam que antes do final da década – mas eles terão que ir mais rápido do que isso”. Os comentários sugerem que Johnson quer avançar mais rápido do que a meta estabelecida no Livro Branco de Energia do governo em dezembro de 2020, que previa colocar a tecnologia em funcionamento “no início da década de 2030”. Os ministros estão atualmente trabalhando em uma nova estratégia de segurança energética para reduzir a dependência das importações de energia após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Neste sentido, o primeiro-ministro já havia enfatizado a importância da energia nuclear para o futuro mix de energia do Reino Unido, e o governo está considerando estabelecer uma meta para tornar a energia nuclear 25% do mix de eletricidade do país, até 2050, para reduzir a dependência energética da Rússia. (Bloomberg & The National – 30.03.2022)

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4 Espanha: SMRs são a "revolução energética" à qual o país ainda não aderiu

A necessidade de buscar fontes alternativas de energia que a crise na Ucrânia evidenciou fez com que muitos países olhassem para a energia nuclear com outros olhos, atrasando os planos de dispensa dos reatores. Na Espanha, o governo deixou claro que nem sequer considera retomar as nucleares em sua estratégia e continua com o plano de que até 2035 todos os reatores serão fechados. Segundo Luis E. Herranz, Professor de Pesquisa em Segurança Nuclear e Chefe do CIEMAT Unidade de Pesquisa de Segurança Nuclear da Espanha, o país pode ficar cada vez mais sozinho com essa estratégia, haja vista que dezenas de projetos de uma nova geração de reatores, os SMR, vêm sendo desenvolvidos há anos, e que pode fornecer energia nuclear mais acessível, barata e, de acordo com especialistas, também mais segura. As vantagens dos "mini-reatores" sobre as usinas tradicionais são tantas que já se fala que eles protagonizarão uma "revolução energética". (Libre Mercado – 27.03.2022)

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5 Reino Unido: Moorside pode receber SMRs

As ambições são altas de que Moorside possa se tornar um Centro de Energia Limpa. A visão é para uma mistura de soluções de energia verde, incluindo potencialmente solar e eólica, bem como nuclear. E o local vizinho a Sellafield é um dos vários locais em linha para pequenos reatores modulares, uma solução de energia limpa que usa energia nuclear. Em uma semana com uma série de manchetes nacionais sobre novas ambições nucleares, foi revelado que a deputada de Copeland, Trudy Harrison, em breve se reunirá com figuras importantes do conselho do município, para discutir uma estratégia para trazer energia nuclear para Moorside. A Sra. Harrison disse: “Desde que fui eleita em 2017, fiz uma campanha forte para introduzir SMRs e tê-los localizados em Copeland. (News and Star – 31.03.2022)

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6 Marvel Energy focará em SMRs

A Marvel Discovery Corp. anunciou recentemente que a New Marvel Energy, uma subsidiária integral da Corporação, está avançando em um estudo de projeto para combustível nuclear padronizado para pequenos reatores nucleares modulares (SMR) para uso em terra e energia, incluindo vôo espacial de longo alcance. A empresa também está trabalhando com pesquisadores para concluir um estudo de projeto para TRISO, que significa TRI-Structural ISOtropic fuel. Os combustíveis TRISO são estruturalmente mais resistentes à irradiação de nêutrons, corrosão, oxidação e alta temperatura. A partícula de revestimento triplo atua como um cofre como seu próprio sistema de contenção, fazendo com que as partículas não derretam em um reator, podendo lidar com calor extremo devido à sua resistência ao derretimento, tornando-o um combustível ideal para voos espaciais. (Yahoo – 31.03.2022)

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7 Canada: Financiamento de US$ 30 milhões para desenvolvimento de SMR

A ARC Clean Energy Canada concluiu recentemente sua primeira rodada de financiamento no valor de US$ 30 milhões. O financiamento avançará a implantação da empresa de um pequeno reator modular avançado em escala comercial na Estação de Geração Nuclear Point Lepreau. “Muito trabalho e esforço foram feitos para atrair esse investimento privado”, disse William Labbe, presidente e CEO da ARC Canada. “Demorou um pouco, mas estamos muito animados sobre onde isso nos posiciona.” Metade do dinheiro foi anteriormente comprometido pelo governo de New Brunswick, enquanto a outra metade veio de investidores privados, disse Labbe. Ele disse que a província não liberou sua parte dos fundos até que a ARC Canada pudesse compensá-la por meio de investimentos privados. De acordo com seu site, a ARC Canada aproveitou a tecnologia comprovada desenvolvida pelo Argonne National Labs do governo dos EUA e a refinou para criar o ARC-100, um reator rápido refrigerado a sódio de 100 MW. (91.9 The Bende – 07.04.2022)

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8 EUA: Investimento da siderúrgica Nucor visa impulsionar o desenvolvimento da NuScale

A siderúrgica Nucor se comprometeu com um investimento privado de US$ 15 milhões em capital público (PIPE) que ajudará os esforços da NuScale Power para comercializar sua pequena tecnologia de reator nuclear modular. O PIPE visa a combinação de negócios entre NuScale e a Spring Valley Acquisition Corp., aumentando o compromisso total do PIPE para US$ 236 milhões. A Nucor disse que, como grande consumidora de energia, está procurando fontes de geração de energia “seguras e confiáveis” que sejam consistentes com seus objetivos de sustentabilidade. Ele disse que o desenvolvimento de pequenos reatores modulares (SMR) é “crítico para garantir que nossa nação tenha energia de carga de base livre de carbono”. Com o compromisso da Nucor, a NuScale e a Spring Valley alinharam US$ 55 milhões em financiamento adicional do PIPE desde que anunciaram seu acordo de combinação de negócios em dezembro. Assim, os US$ 236 milhões em receitas totais do PIPE, juntamente com mais de US$ 232 milhões de uma conta fiduciária da Spring Valley, serão usados para acelerar a implantação comercial da tecnologia SMR da NuScale. (Power Engineering – 06.04.2022)

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9 Reino Unido: SMR da Rolls-Royce entra em etapa de avaliação de design do projeto

O Office for Nuclear Regulation (ONR) do Reino Unido anunciou, em 1º de abril, juntamente com a Environment Agency and Natural Resources Wales, o início da Etapa 1 da Avaliação de Projeto Genérico (GDA) para o pequeno reator modular (SMR) de 470 MW da Rolls-Royce SMR Limited Project. O ONR disse que recebeu uma solicitação do Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial (BEIS) para iniciar um GDA sobre o projeto proposto pela Rolls-Royce. O ONR assinou um acordo de cobrança com a Rolls-Royce SMR Limited e mobilizou recursos suficientes de gerenciamento, avaliação e suporte comercial para conduzir o GDA. O processo GDA concentra-se no projeto de uma usina nuclear genérica e não é específico do local. O processo é sistemático e contém uma série de etapas, com a avaliação ficando cada vez mais detalhada à medida que o processo se desenvolve. (Nuclear Engineering – 04.04.2022)

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10 EUA – União Europeia: Clube pró-nuclear explora tecnologia dos SMRs em cooperação

Os países pró-nucleares da UE estão agora flertando com a construção de pequenos reatores modulares. Em 1º de abril, a gigante de energia estatal tcheca CEZ anunciou que havia reservado uma área específica onde o primeiro pequeno reator modular (SMR) poderia ser construído. A empresa já assinou acordos de cooperação com diversas empresas como a norte-americana NuScale e a GE Hitachi. A Eslováquia também está interessada em tecnologia, disse Karol Galek, secretário de Estado da Eslováquia do Ministério da Economia responsável pela energia. Embora os EUA sejam o país líder em tecnologia SMR, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou um investimento de € 1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento em outubro de 2021. Ele também disse que é a “prioridade número um da indústria francesa”. A Polônia e a Romênia também estão interessadas na tecnologia, e ambas estão atualmente cooperando com empresas americanas. Outro país disposto a investir em SMR é a Estônia, que já assinou um acordo com os EUA para cooperar em um programa de capacitação dedicado à infraestrutura de SMR. (Euractiv – 07.04.2022)

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Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Fabiano Lacombe, Lucca Zamboni e Vinicius Botelho
Pesquisadores: Cristina Rosa e João Pedro Gomes
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

As notícias divulgadas no IFE não refletem necessariamente os pontos da UFRJ. As informações que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe de pesquisa sobre o Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ.

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