
1- Governo diz que meta fiscal será cumprida |
Mesmo
com a esperada queda na arrecadação de tributos, devido à crise
de energia, o governo não vai abrir mão da meta fiscal de gerar
superávit primário equivalente a pelo menos 3% do PIB nas contas
do setor público, em 2001 e em 2002. 'Isso nem se coloca nas discussões
que temos. Não vai haver nenhuma alteração dessas metas. Vamos
ter que cumpri-las', disse o ministro do Planejamento, Martus
Tavares, durante seminário que marcou o primeiro ano de vigência
da Lei de Responsabilidade Fiscal. Martus disse, no entanto, que
a crise de energia tornará mais difícil o cumprimento das metas.
Ou seja, o governo provavelmente terá de cortar gastos para garantir
o resultado esperado nas contas públicas. 'É claro que, se vai
haver redução no ritmo de crescimento do PIB, vamos arrecadar
menos impostos', disse Tavares. O ministro, porém, não quis fazer
previsões antes que as avaliações técnicas sejam concluídas. (Gazeta
Mercantil - 16.05.2001)
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2- Cronograma da Copel é mantido inalterado |
O cronograma da privatização da Copel não vai ser alterado, afirmou,
dia 15.05.2001, o presidente da empresa, Ingo Hübert, que responde
também pela Secretaria da Fazenda do Paraná. "Não vemos nenhuma
necessidade de rever o processo", disse, ao ser questionado sobre
a crise energética e sobre a decisão paulista de suspender a venda
da Cesp Paraná. O leilão está previsto, inicialmente, para outubro
de 2001. Depende ainda da avaliação e modelagem que estão em curso
e só devem ser concluídas dentro de 80 dias. Apesar de o mercado
especular sobre uma série de reuniões que estariam sendo realizadas
por técnicos da Copel, supostamente para reavaliar a privatização,
Hübert afirma que a crise de energia apenas diminui "um pouco"
a tranqüilidade do Paraná. (Valor - 16.05.2001)
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3- Câmara decide se instala CPI da energia |
A Câmara dos Deputados decide, dia 16.05.2001, se instala uma
comissão especial para estudar a crise energética. A oposição
vai defender que a comissão tenha poder de CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito). O governo se opõe. Paralelamente à discussão, o
deputado Virgílio Guimarães protocolou ontem um pedido de CPI
do sistema energético com 182 assinaturas, recolhidas em tempo
recorde - pouco mais de uma semana. A iniciativa de Virgílio,
considerada individual pelo PT e pela oposição, entrará em uma
longa fila de espera. Como se trata de comissão apenas da Câmara,
a CPI terá de esperar a instalação de outras 27 pedidas anteriormente.
(Folha - 16.05.2001)
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1- Governo anunciará tarifas punitivas e cortes de
energia |
Tarifas punitivas combinadas com corte de fornecimento de energia
elétrica são as bases do programa de racionamento que o governo
anuncia no dia 18.05.2001. Os aumentos das tarifas de energia
serão escalonados, punindo o consumidor que não se enquadrar no
limite do uso de energia. Os recursos vindos desse aumento de
preços financiarão a bonificação para quem reduzir proporcionalmente
o consumo. A área econômica do governo já conta com os efeitos
perversos do tarifaço na inflação, mas garantem técnicos que os
impactos serão "temporários" e parcialmente compensados pelo efeito
contrário do bônus. (Valor - 16.05.2001)
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2- Governo envia MP do Programa Emergencial ao Congresso
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No dia 15.05.2001, o governo enviou ao Congresso Nacional a Medida
Provisória que cria o Programa Emergencial de Redução do Consumo
de Energia Elétrica e instala a Câmara de Gestão da Crise de Energia
que será a responsável por esse programa e que terá autorização
para "propor o reconhecimento de situação de calamidade pública",
estabelecer medidas "compulsórias de redução do consumo de energia"
e "fixar regimes especiais de tarifação ao consumidor segundo
seus níveis e limites de consumo, bem como propiciar a concessão
de bônus por consumo reduzido de energia elétrica".O governo cria
ainda o programa estratégico Emergencial de Energia Elétrica,
que terá como principal tarefa aumentar a oferta de energia. Para
isso, a medida provisória autoriza o remanejamento de recursos
fiscais para bancar novos investimentos e abre a porta para que
obras sejam feitas sem licitação, dado o caráter de urgência.
(Valor - 16.05.2001)
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3- Governo reduz prazo para licença ambiental |
Seis meses para hidrelétricas, quatro para termelétricas, gasodutos
e oleodutos e três para as linhas de transmissão de energia. Esses
são os novos prazos para a concessão de licenciamento ambiental
fixados na medida provisória que cria a CGCE e fixa as diretrizes
para programas de enfrentamento da crise energética. O ministro
do Meio Ambiente, José Sarney Filho, garante que apesar de os
órgãos ambientais disporem de menor prazo para autorizar os licenciamentos
para atender a emergência, não serão queimadas formalidades existentes
hoje, como a análise do relatório de impacto ambiental apresentado
pelo empreendedor. "Por mais premente que haja a necessidade de
termos novas usinas e formas de fornecimento de energia, não vamos
burlar a legislação", garantiu Sarney, que não aceita que se responsabilize
a sua área pela crise energética. Para não prejudicar a qualidade
dos trabalhos que precisarão ser executados com maior rapidez,
a MP irá prever a possibilidade de se requisitar servidores da
administração pública para reforçar a equipe da CGCE. (Jornal
do Commercio - PE - 16.05.2001)
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4- Governo deve penalizar consumo maior que 500 kWh
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A preocupação em não atingir excessivamente a classe média é um
dos limites da nova política de tarifas de energia elétrica que
está em elaboração dentro do governo. Pela proposta, quanto maior
o consumo de energia maior será a tarifa. Mas o governo sabe que
a maior parte das famílias tem consumo relativamente baixo. Os
dados do Ministério de Minas e Energia mostram que existem 22.889.974
consumidores residenciais no subsistema Sudeste/Centro-Oeste,
com um consumo médio de 208 kWh por mês. Mas 15,2% dessas residências
consomem apenas 50 kWh mensalmente. Esse é o consumo das famílias
de baixa renda, que serão preservadas pelo governo, pois a área
técnica avalia que elas estão no essencial. Quase a metade das
residências do Sudeste e Centro-Oeste (49,8% do total) consome
de 51 kWh a 200 kWh. Esse é o consumo da classe média propriamente
dita, que constitui a razão da preocupação do governo. Outro grupamento,
numa faixa de classe média um pouco mais abastada (30,8% do total),
tem consumo de 201 kWh a 500 kWh. Apenas 4,2% das residências,
com consumo superior a 500 kWh por mês, são responsáveis por 20,4%
do consumo total dessa categoria. Esse é o público alvo das medidas
do governo e que deverá pagar tarifas elevadas para o seu excesso
de consumo, tendo como referência o MAE. (Valor - 16.05.2001)
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5- Petrobras e a Eletrobrás apresentarão novo programa
emergencial para o setor |
A Petrobras e a Eletrobrás vão apresentar nas próximas semanas
o segundo programa emergencial do setor elétrico, com os detalhes
finais de uma parceria que se dispõe a ampliar e converter para
o uso de gás natural cinco antigas usinas termelétricas consumidoras
de óleo combustível e diesel. De 2001 a 2003, as usinas vão gerar
cerca de 2.603 MW, ante os 685 MW atuais, nas áreas de concessão
de Furnas e da Chesf, duas concessionárias que fazem parte do
sistema Eletrobrás. A Petrobras, que vai arcar com um custo de
até US$ 80 mi ao ano, ao assumir o risco cambial da importação
do gás natural para as térmicas, poderá entrar como sócia minoritária
na expansão dos cinco projetos, avaliados inicialmente em US$
750 mi. (Gazeta Mercantil - 16.05.2001)
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6- Indústrias defendem sistema de cotas de energia |
As grandes indústrias negociam com o governo para que seja adotado
um sistema de cotas de energia e não de cortes, que seriam mais
danosos à produção. O presidente da Fiesp, Horacio Lafer Piva,
defendeu o estabelecimento de cotas fixas de consumo para as indústrias,
que estimulariam as empresas a conservar energia. "Tenho medo
dos cortes porque as empresas não terão como levar em conta a
relação custo/benefício em seu planejamento, o que certamente
terá impacto na economia", disse Piva. Além de ser mais flexível,
a medida beneficiaria as empresas que têm mais de uma unidade.
Por exemplo, uma planta que conseguisse cortar mais do que o exigido
poderia repassar o "ganho" para outras unidades. Na expectativa
do anúncio do racionamento, as empresas analisam formas de reduzir
sua exposição à crise. Grandes indústrias estudam a possibilidade
de interromper parcial ou totalmente algumas linhas de produção
para evitar as desvantagens de pequenos cortes diários no fornecimento
de energia. (Valor e Folha - 16.05.2001)
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7- CNPE sugere fechamento de algumas fábricas de alumínio |
Uma alternativa para atenuar o impacto do racionamento sobre a
maioria da população seria adotar cortes maiores em setores que
são grandes consumidores de energia. "Uma opção seria fechar por
alguns meses a indústria de alumínio, que consome 6% da energia,
sugere José Goldemberg, do Conselho Nacional de Política Energética.
Grandes empresas negociam para que seja adotado um sistema de
cotas e não de cortes, o que permitiria uma redução mais planejada
da produção. Para algumas indústrias faz mais sentido parar a
produção alguns dias por mês do que algumas horas todos os dias.
(Valor - 16.05.2001)
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8- Governo reduz jornada de servidores |
Os órgãos dos serviços públicos federais encerrarão as atividades
uma hora mais cedo, às 17h, para tornar viável o planejamento
de reduzir o consumo de energia nesses locais em até 35% a partir
de julho de 2001. Segundo relatório do ONS, 35% é o percentual
global de corte, que começa com 20%, a que o país pode chegar
no ano 2001. Além disso, o governo vai reduzir por medida provisória
os prazos que os órgãos ambientais têm para apreciar o impacto
de obras de emergência do setor elétrico. "Naturalmente, nós temos
sempre que tomar em conta as questões ambientais, mas também,
dado o caráter emergencial, é possível ser mais rápido nessas
decisões", disse o presidente Fernando Henrique Cardoso. No entanto,
especialistas da área acreditam que o simples encurtamento de
prazos, por lei, não é suficiente para apressar as obras. (Valor
- 15.05.2001)
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9- Celpe acredita em corte menor no Recife |
A Celpe poderá não apagar o Recife inteiro para cumprir as suas
metas de racionamento de energia. A informação foi dada pelo vice-presidente
da empresa, Paulo Cezar Tavares, no dia 14.05.2001. Algumas áreas
como o Pólo Médico da Ilha do Leite poderão ficar de fora do esquema.
Segundo ele, o sistema Celpe é formado por diversos alimentadores
espalhados por todo o Estado e para cortar o fornecimento de energia
em algumas regiões da cidade só é preciso interromper o trabalho
desses alimentadores. Esse sistema permite que os apagões não
aconteçam, necessariamente, de forma unificada. Com isso, também
é possível excluir do racionamento locais onde funcionam setores
considerados essenciais. O vice-presidente não fala de como será
a definição das áreas em que haverá racionamento enquanto o Governo
Federal não anunciar oficialmente suas medidas. No entanto, pelas
suas explicações, dificilmente a cidade toda ficará sem energia
durante um certo período de tempo. É possível que haja um revezamento.
(Jornal do Commercio - PE - 16.05.2001)
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10- Pólo médico se ajusta para não ter surpresas no
racionamento |
O pólo médico do Recife se prepara para enfrentar os apagões,
apesar de o plano do Governo Federal ainda não ter sido anunciado.
Para a tranqüilidade dos empresários, a Celpe pretende deixar
os setores essenciais livres do corte. Os investimentos se concentram
na compra de grupos geradores para garantir a manutenção das áreas
essenciais, como as UTIs. Os maiores hospitais do pólo, incluindo
a rede pública, estão em situação de relativa tranqüilidade, por
já terem condições de gerar o suficiente para se manter. (Jornal
do Commercio - PE - 16.05.2001)
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1- Enron adia projetos de geração |
A americana Enron decidiu adiar um programa de investimentos de
US$ 600 mi para geração de energia no Brasil. A decisão foi divulgada,
dia 15.05.2001, por Orlando Gonzalez, vice-presidente da empresa
e presidente da Elektro, distribuidora de energia controlada pela
Enron, durante uma teleconferência. Gonzalez disse que não se
trata de cancelamento, mas de um adiamento até que as regras do
setor fiquem mais claras. O corte atinge as termoelétricas Cuiabá
II (Goiás) e Riogen (em Macaé, no Rio), que dependem da definição
do custo do gás importado da Bolívia. Cada uma das termoelétricas
teria capacidade de geração de 480 MW. 'Na situação de hoje, não
temos condição de dar andamento aos nossos investimentos', disse
González. A empresa vai manter os investimentos na termoelétrica
Eletro Bolt, também em Macaé. Nesse caso, a energia produzida
será destinada ao mercado atacadista, onde o preço é livre. (Valor
e Gazeta Mercantil - 16.05.2001)
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2- Andrade Gutierrez antecipa obras de usina com 950
MW |
No meio da crise de energia, a Andrade Gutierrez está antecipando,
em três meses, a entrega da Usina Luís Eduardo Magalhães, que
está sendo construída no rio Tocantins, no município de Lajeado.
É a maior usina hidrelétrica em obras civis nesse momento. A primeira,
das cinco turbinas previstas, deve entrar em operação em setembro
de 2001. Em parceria com a Norberto Odebrecht, as obras começaram
em junho de 1998 e o prazo para a entrega da primeira máquina
é considerado um recorde. A usina terá potencia instalada de 950
MW, com um investimento total de R$ 1,2 bi. O consórcio Investco,
proprietário da usina, é formado pelo Grupo Rede (42%), EDP (27%),
CEB (20%) e Companhia Paulista de Energia Elétrica (10%). (Valor
- 16.05.2001)
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3- Light tem prejuízo de R$ 166,5 mi |
A desvalorização cambial levou a Light a um prejuízo de R$ 166,5
mi no primeiro trimestre de 2001, resultado inferior ao lucro
de R$ 29,1 mi apurado no mesmo período do ano 2000. Paulo Roberto
Pinto, diretor financeiro e de relações com investidores da distribuidora,
informou que o impacto negativo líquido da variação do dólar no
resultado da companhia foi de R$ 278 mi. O estoque de dívida da
empresa é de R$ 5,45 bi, sendo 67% em dólar. O resultado financeiro
da companhia ficou negativo em R$ 539,8 mi. No ano 2000, também
no primeiro trimestre, o resultado ficou negativo em R$ 123,7
mi. (Gazeta Mercantil - 16.05.2001)
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4- Despesa com energia no spot afeta resultados da
Light |
A despesa com energia comprada no mercado 'spot' também afetou
os resultados, segundo Paulo Roberto. O executivo informou que,
do total de R$ 510 mi de despesas com energia, 26% foram referentes
à compra no spot. Ele lembrou que os preços nesse mercado ficaram
mais altos no ano 2001. A variação da despesa total de energia
neste trimestre em relação ao mesmo período do ano 2000 foi de
48,1%. A despesa operacional total da companhia ficou em R$ 745
mi, frente a R$ 596 mi registrados em 2000. (Gazeta Mercantil
- 16.05.2001)
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5- Light fecha trimestre com R$ 228,1 de Ebtida |
A Light fechou o primeiro trimestre com R$ 228,1 mi de Ebtida
(lucro antes de juros) impostos, amortização e depreciação. Esse
valor representa queda de 6,1% em relação ao mesmo período de
2000. A margem da Ebtida, que reflete a geração de caixa sobre
a receita operacional líquida, foi de 24,8%, um percentual inferior
aos 30,8% registrados nos primeiros três meses do ano 2000. A
receita operacional líquida acumulada no trimestre foi de R$ 919,1
mi, montante superior em 16,4% ao registrado no mesmo período
em 2000. As despesas operacionais ficaram em R$ 745,2 mi, em 2000
esta rubrica ficou em R$ 596,2 mi. (Gazeta Mercantil - 16.05.2001)
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1- MAE vai a Brasília negociar intervenção |
Em assembléia geral extraordinária realizada no dia 15.05.2001,
representantes do MAE decidiram formar uma comissão de seis membros,
três representando os distribuidores e outros três os geradores,
para negociar, em Brasília, com a Aneel. O objetivo é buscar uma
solução para o impasse criado com a intervenção do órgão regulador
nas ações dos agentes do mercado. Entre as pautas que serão apresentadas
à Aneel estão o respeito aos princípios básicos do acordo de mercado
e a instituição de uma câmara de arbitragem, que teria a primeira
instância para se resolver os problemas do mercado atacadista
de energia. O resultado das discussões será avaliado no dia 29.05.2001,
quando haverá nova assembléia. Segundo o presidente da assembléia
e vice presidente da AES, Demóstenes Barbosa da Silva, os agentes
esperam uma solução para as questões até junho de 2001, quando
deve começar a funcionar o mercado atacadista. 'Queremos recuperar
a função do MAE que está na lei', disse Demóstenes. (Gazeta Mercantil
e Agência Globo - 16.05.2001)
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2- Cemig fecha primeiro contrato de recompra |
A Cemig fechou, no dia 15.05.2001, a primeira recompra da energia
contratada pelo grupo de grandes clientes. No dia 14.05.2001,
na primeira chamada pública feita pela empresa, não houve interessados
na oferta de compra de 60 mil MW/h médios por R$ 74,11 o MW. No
dia 15.05.2001, depois de duas chamadas, a Cemig elevou o preço
do MW para R$ 112,75 e reduziu o volume de compra para 30 mil
MW/h. 'Obtivemos pleno êxito na operação', disse Bernardo Salomão
Alvarenga, superintendente de Comercialização de Grandes Clientes
da Cemig. Mas ele não informou se a compra cobriu a demanda da
empresa. 'Não vamos revelar detalhes da operação para não balizar
o mercado nas próximas operações', disse. Com a operação, a Cemig
se torna a primeira empresa a recomprar energia de grandes clientes.
Salomão disse que a Cemig vai fazer pelo menos mais uma chamada
para recompra até o final de maio de 2001. (Gazeta Mercantil -
16.05.2001)
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1- Cesp e Argentina pressionaram a cotação do câmbio
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O adiamento do leilão de privatização da Cesp Paraná, marcado
para o dia 16.05.2001, foi a gota d'água que faltava para que
a cotação do dólar comercial disparasse. A taxa subiu 1,17%, para
R$ 2,341, na venda. A incerteza com a conclusão da troca da dívida
de curto prazo da Argentina por papéis mais longos e as dúvidas
com os efeitos econômicos que serão causados pelo racionamento
de energia elétrica também pressionaram a cotação. A cotação do
câmbio chegou a ser negociada no preço máximo de R$ 2,345, na
venda (alta de 1,34%), mesmo assim, o BC não interveio no mercado
aberto para estancar a desvalorização do real frente o dólar.
(Gazeta Mercantil - 16.05.2001)
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2- Projeções para taxas de juros futuros fecham em
baixa |
As projeções para as taxas de juros futuros fecharam em baixa
depois que o IBGE divulgou o crescimento do País nos primeiros
três meses de 2001. De janeiro a março, o PIB cresceu 3,77%, abaixo
de muitas previsões de analistas que estimavam crescimento entre
4% e 5%. De acordo com operadores, o resultado mostra que a economia
não está tão aquecida como imaginado e diminui a possibilidade
de que o BC eleve a taxa básica de juros nos próximos meses para
frear o crescimento. No dia 16.05.2001, os juros básicos da economia
estão em 16,25% ao ano. Entre os contratos de juros mais negociados
na BM&F, o de julho passou de 18,64% para 18,21% ao ano. A taxa
de outubro saiu de 21,75% para 21,26% ao ano. O contrato a termo
de DI, de um ano, caiu de 23,10% para 22,75%. Ainda no segmento
de renda fixa, o BC doou recursos às instituições financeiras
para equilibrar a liquidez no sistema com juros de 16,30% ao ano.
(Gazeta Mercantil - 16.05.2001)
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3- Sem liquidez, 'brady' ignora corte de juros americanos |
O Federal Reserve cortou os juros na medida esperada pelo mercado
financeiro mundial, mas isso não foi suficiente para impulsionar
o pouco líquido mercado de títulos da dívida dos países emergentes,
e os bônus fecharam o dia 15.05.2001 cotados nos níveis do dia
anterior. O spread dos títulos brasileiros tem apresentado comportamento
muito pior que o dos argentinos desde que a crise da energia ganhou
importância, lembra um analista de um banco europeu. O processo
de aprovação no Congresso argentino da garantia para os novos
títulos a serem emitidos pelo governo, que serão usados na reestruturação
da dívida, não tem recebido apoio dos políticos, o que também
abalou o mercado, lembra um analista. No fim do dia 15.05.2001,
o C-Bond valia US$ 0,735 com spread de 858 pontos e o FRB, US$
0,826 e spread de 1225 pontos. (Valor 16.05.2001)
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4- Argentinos preparam 'swap' em duas etapas |
Apesar de o governo Fernando de la Rúa tentar manter no mais absoluto
segredo, detalhes da megaoperação de troca de papéis da dívida
pública que vem negociando com um pool de bancos internacionais
vazaram no dia 15.05.2001 no centro financeiro de Buenos Aires.
A operação, segundo se especulou, teria duas etapas: primeiro,
seriam concluídas as negociações com o mercado institucional interno;
em seguida, o governo lidaria com os investidores estrangeiros.
Na primeira parte da megatroca, o governo arrecadaria entre US$
15 e US$ 18 bi; na segunda, com os investidores internacionais,
mais US$ 7 bi, o que levaria o total da operação para aproximadamente
US$ 25 bi. (Gazeta Mercantil - 16.05.2001)
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5- Câmbio derruba resultados das empresas |
O aumento de 10% na cotação do dólar de janeiro a março de 2001
levou a um resultado financeiro negativo de 74 companhias abertas
para mais de R$ 5,5 bi, um aumento de quase 700% em relação ao
mesmo período do ano de 2000. Esse rombo ocorre por conta das
empresas endividadas em dólar, como é o caso da Petrobras e da
Cesp, que respondem, cada uma, por mais de R$ 700 mi do total.
Light, Vale, CSN e Sabesp engrossam a conta. O endividamento total
das 74 empresas aumentou em 27,5% não só pelo câmbio, mas também
porque elas estavam ampliando investimentos no fim do ano de 2000,
apostando em um período de forte crescimento econômico - que está
sendo sepultado pelo racionamento de energia e pela crise argentina.
(Valor 16.05.2001)
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1- Siderurgia perderá US$ 890 mi |
As siderúrgicas brasileiras podem ter uma perda expressiva de
faturamento no ano 2001, por causa do racionamento de energia.
Se o corte no suprimento chegar a 20%, US$ 890 mi deixarão de
entrar no caixa das empresas. A queda na receita será acompanhada
por uma redução de 9% na produção de aço bruto, o equivalente
a 2,5 milhões de toneladas. As contas da conseqüência financeira
e operacional do racionamento para as usinas de aço foram feitas
pela Fundação Getúlio Vargas. O estudo mostra que as exportações
das siderúrgicas serão bastante afetadas. Elas baixarão, neste
ano, US$ 421 mi. 'É praticamente um quarto do total das exportações
brasileiras', diz Lopes. (Gazeta Mercantil - 15.05.2001)
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2- Estrela adota medidas para reduzir consumo de energia |
A fabricante de brinquedos Estrela já começou a tomar medidas
para reduzir o consumo de energia elétrica. Desde abril de 2001,
a empresa mudou parte do turno de trabalho da fábrica em São Paulo
para escapar do horário de pico de uso de eletricidade. Parte
do turno que funcionava das 14h às 22h foi transferido para a
madrugada, com início às 22h e se estendendo até às 6h. Paralelamente,
a companhia iniciou um programa educativo para os 950 funcionários
que trabalham em São Paulo, com o desligamento de pontos de luz
e aparelhos de ar-condicionado. Segundo o diretor-presidente da
Estrela, Carlos Tilkian, ainda não foi possível mensurar a redução
no consumo de energia. Pela mudança no turno de produção, a empresa
paga um adicional noturno, mas, de acordo com Tilkian, é preferível
ter este gasto extra do que não ter produto para vender. A Estrela
também está convertendo fornos elétricos para gás. (Jornal da
Tarde - 15.05.2001)
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3- GM planeja produção em hora extra |
Para não descumprir metas de exportações
de 2001, a GM do Brasil decidiu compensar com jornadas extras
as eventuais interrupções nas linhas demontagem devido à falta
de energia. Recorrendo a períodos excepcionais de produção ou
horas-extras para os funcionários em fins-de-semana, a montadora
espera manter o patamar dos volumes produzidos hoje nas unidades
paulistas de São Caetano do Sul e São José dos Campos. Os contratos
externos para 2001 estão estimados em US$ 1 bi. 'Apenas decisões
firmes podem fazer frente à gravidade de cortes na energia', diz
José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da GM. (Gazeta Mercantil
- 16.05.2001)
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4- Abrac propõe à associados medidas para eliminar
o desperdício |
A Associação Brasileira de Concessionárias Chevrolet (Abrac) divulgou,
no dia 15.05.2001, comunicado às 452 filiadas pedindo providências
para adotarem planos de eliminação de desperdício e corte na demanda.
Entre as sugestões da Abrac às concessionárias estão: apagar a
iluminação de fachadas e totens à noite, reduzir iluminação interna
durante o dia e substituir lâmpadas por modelos mais econômicos.
A entidade recomenda ainda que os empregados sejam instruídos
a como economizar energia tanto no local de trabalho quanto nos
seus lares. (Gazeta Mercantil - 16.05.2001)
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5- Citroën do Brasil inicia programa de economia de
energia |
A Citroën do Brasil iniciou programa de economia de energia para
seu escritório central e suas 32 concessionárias no País. A idéia
é reduzir o consumo doméstico em, pelo menos, 32%, em seis meses.
Estudo da marca do grupo francês PSA Peugeot Citroën mostra que
a rede de revendas consome cerca de 900 mil KW/h. A montadora
determinou que o ar condicionado das revendas de São Paulo e dos
estados do Sul fique desligado até outubro de 2001. Outros esforços
envolvem, por exemplo, uso de telhas translúcidas, para aproveitar
luz natural. (Gazeta Mercantil - 16.05.2001)
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6- Fábrica de congelados pode entrar na justiça |
Depois de um rigoroso processo de racionamento interno, a Golfinho
Azul, fábrica de congelados derivados de peixes e frutos do mar
com sede em Cananéia, litoral sul de São Paulo, não sabe ainda
onde mais cortar. 'Os 25% que o governo diz que precisamos economizar
nós já economizamos com investimentos em novos equipamentos e
racionalização da produção', diz Osmar Franco, diretor-executivo
da empresa. Segundo ele, as câmaras frigoríficas suportam até
quatro horas sem energia elétrica. 'Depois disso, a temperatura
supera os 18 ºC negativos e compromete a qualidade do produto,
que é altamente perecível'. Até agora, Franco só tem uma certeza:
'vamos lacrar a câmara e se a mercadoria estragar por ficar mais
de quatro horas sem energia, vamos à Justiça pedir indenização'.
(Gazeta Mercantil - 15.05.2001)
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1- Energia na Califórnia sobe até 80% |
As contas de energia na Califórnia sofrerão reajustes de até 80%
para que o sistema opere minimamente. A reguladora do Estado aprovou
aumento de US$ 4 a US$ 85 por usuário para arrecadar US$ 5 bi.
As novas tarifas são planejadas para premiar aqueles que poupam
energia e punir os que desperdiçam e abrangerão 9 milhões de clientes
das duas maiores distribuidoras da região, a Souhern California
Edison e a Pacific Gas & Eletric (PG&E). A medida também ajudará
o Estado a pagar as contas de fornecimento de energia com as geradoras,
já que tinha assumido recentemente parte das dívidas e das operações
das distribuidoras. A conta média dos usuários residenciais da
Edison subirá 47%, enquanto os da PG&E terão 55% de aumento. Para
os maiores consumidores, pouco mais de 751 mil, as contas virão
71% mais altas para os clientes da Edison e 80% para os da PG&E.
As indústrias terão aumento médio de 49% e algumas terão limite
de consumo. Já as áreas rurais serão as menos atingidas pela nova
lei, pois terão crescimento máximo de 20% nas tarifas. (LA Times
- 16.05.2001)
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2- Califórnia pode ter 260 horas de blecaute |
Segundo estudos do Conselho Norte-Americano de Segurança Energética,
a Califórnia pode sofrer com 260 ou mais horas sem energia durante
o verão do hemisfério norte, contrariando as previsões tidas como
otimistas da agência oficial, a Operadora Independente de Sistema
da Califórnia. Esta não fez previsões de tempo total de blecaute,
mas afirmou que ser possível o blecaute no Estado durante 34 dias
caso o consumo for o mesmo do verão passado. O estudo diz que
faltarão de 4500 a 5500 MW nos horários de pico para atender a
demanda, o equivalente a 3,75 milhões de residências sem luz.
Pode haver também blecautes fora do horário de maior consumo.
Essa previsão é a mais pessimistas de todas já apresentadas. Além
da agência oficial, a Reliant, dona de usinas no Estado, também
fez previsões que afirmavam haver 1100 horas sem energia durante
todo o ano. (LA Times - 16.05.2001)
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3- EDP negocia aumento de posição na Hidrocantábrico |
Os acionistas da Hidrocantábrico assinaram
um pré-acordo de gestão que iguala a representação da EDP e da
EnBW no Conselho Administrativo da empresa. O pré-acordo terá
ainda que ser aprovado pelo governo espanhol para ser apresentado
na assembléia de acionistas da Cantábrico. A representação das
empresas será indireta, por intermédio da Cajastur, Caser e acionistas
independentes, pois seus direitos a voto foram suspensos por Madrid
devido à participação estatal nessas companhias. O acordo tem
como objetivo desbloquear a gestão da Hidrocantábrico a médio
prazo. As empresas portuguesa e alemã já haviam negociado acordo
de partilha da elétrica antes do ministro da Economia espanhol.
A EnBW e sua sócia Ferroatlântica possuem 10% dos direitos a voto
na Cantábrico enquanto o consórcio luso-espanhol conta com 25%,
mas nenhum dos dois tem direitos suficientes para controlar a
empresa devido aos seus estatutos. (Diário Econômico - 16.05.2001)
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4- Adiada a decisão sobre a oferta da EnBW e Ferroatlântica
sobre a Hidrocantábrico |
A Comissão Européia decidiu adiar por duas semanas, para 1 de
junho, sua decisão sobre a oferta de aquisição da alemã EnBW e
da espanhola Ferroatlântica sobre a Hidrocantábrico. A previsão
era de que dia 18 de maio já houvesse um veredicto final sobre
a autorização do negócio, como já foi feito com a outra proposta,
da EDP e da Cajastur., ou o início de investigação mais detalhada
da operação. Segundo fontes da Comissão, o adiamento pode ter
duas causas. Ou as empresas pediram maior prazo para fazer as
concessões necessárias à livre concorrência ou o governo de um
dos países afetados pediu à Comissão que o caso fosse reenviado
às autoridades nacionais de defesa da concorrência. (Enervia -
16.05.2001)
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5- Lucros da Hidrocantábrico crescem 3,4% |
A Hidrocantábrico anunciou, dia 16.05.2001, que obteve lucro de
US$ 29,35 mi no primeiro trimestre de 2001, o que significa um
crescimento de 3,4% em relação aos três primeiros meses de 2000.
O volume de negócios diminuiu 22,2%, atingindo US$ 72,66 mi, enquanto
o resultado operacional bruto foi de US$ 72,93 mi, 9,4% menor,
devido à queda nas vendas de eletricidade. A produção de energia
caiu 23,4%, atingindo 2757 GWh, baixando sua participação no mercado
espanhol de 8,5% nos três primeiros meses de 2000 para 6,2% em
período semelhante este ano. Os custos operacionais foram diminuídos
em 4,8% devido ao corte de 6% nos custos de pessoal e de 3% nos
de exploração. (Semanário Econômico/Enervia - 16.05.2001)
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6- El Paso entra no mercado alemão de energia |
O grupo norte-americano El Paso está preparado para comercializar
energia na Alemanha. A operação deve ser iniciada em duas semanas
nas bolsas de energia de Frankfurt e Leipzig. A comercialização
de energia na Alemanha é considerada um bom negócio desde sua
abertura em 1998, assim como outros mercados europeus estão se
tornando atraentes à medida que se liberalizam. A entrada da El
Paso no país é o último estágio da estratégia de comércio da empresa
na Europa, lançada em 2000. A companhia afirmou em Novembro que
gastaria US$ 25 mi em uma operação de comércio em Londres, onde
decidiu investir no resto do mercado de energia europeu. A norte-americana
já negocia gás e eletricidade no Reino Unido. (Reuters - 16.05.2001)
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7- Venezuela suspende venda da Enelven |
O Governo venezuelano decidiu suspender o processo de privatização
da elétrica Enelven. O executivo confirmou o interesse de empresas
estrangeiras no setor elétrico da Venezuela, mas afirmou não poder
levar adiante a venda da estatal neste ano. As razões oficiais
não foram divulgadas, mas especula-se que os problemas foram a
fraca participação de estrangeiros na privatização e a falta de
regulamentação do setor, que estaria afugentando investidores.
Apenas duas das dez empresas que mostraram interesse na empresa
continuavam na disputa. Entre as interessadas estavam a AES, PSEG,
Reliant, CMS, Enron, a argentina Perez Companc e as espanholas
Union Fenosa e Iberdrola. Apenas AES e Fenosa continuaram no processo,
mas já previam acordo para administrar a empresa. A Enelven distribui
eletricidade no Estado de Zulia para 360 mil clientes e possui
capacidade instalada de 1175 MW, 28 linhas de transmissão e 14
de sub-transmissão. (BNAmericas - 16.05.2001)
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Editor: Prof Nivalde J Castro - UFRJ
João
Paulo Cuenca e Felipe Carvalhal - Economistas
Assistentes
de pesquisa: Alexandre Ornellas, Barbara Oliveira, Clarissa Ayres,
Fernando Fernandes, Marcelo Medeiros, Marlene Marchena, Silvana
Carvalho e Tiago Costa.
Webdesigner:
Andréia Castro
Equipe de Pesquisa Nuca-IE-UFRJ
As
notícias divulgadas no IFE não refletem necessariamente os
pontos de vista da Eletrobrás e da UFRJ.
As informações que apresentam como fonte UFRJ são da responsabilidade
da equipe de pesquisa sobre o Setor Elétrico vinculada ao Nuca do
Instituto de Economia da UFRJ
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sobre as empresas do setor
www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras
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