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          IFE - INFORME ELETRÔNICO nº 677 - 05 de julho de 2001
            Editor: Prof. Nivalde J. Castro
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1- Governo estuda compra de 500 MW do Peru

O governo brasileiro está avaliando a compra de 500 MW de energia do Peru, que podem entrar no país tão logo sejam construídas linhas de transmissão entre os dois países. A viabilidade da importação está sendo discutida pela embaixada peruana no Brasil e pela Eletrobrás. Segundo Cesar Butron, assessor do Ministério de Energia peruano, seu país pode enviar a energia imediatamente. O impasse é a falta de linhas de transmissão que precisariam ser construídas, tendo como ponte de recepção as cidades de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Acre, para entrar no sistema interligado brasileiro. O problema é que o Acre opera em sistema isolado. Além de construir a linha de transmissão entre os dois países, precisaria haver incremento interno para levar a energia ao sistema interligado. Eduardo Ponce-Vivanco, embaixador do Peru no Brasil disse que a oferta foi feita por seu país, que aguarda resposta do governo brasileiro. O Peru tem capacidade para gerar 3000 MW de energia, ante consumo de 2000 MW. (Valor - 05.07.2001)

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risco e racionamento

1- FHC anuncia plano de emergência contra crise energética

O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou, dia 05.07.2001, às 10h, no Palácio do Planalto, o programa de emergência destinado a aumentar a oferta de energia elétrica no país. O Programa Emergencial de Energia Elétrica, coordenado pelo ministro de Minas e Energia, José Jorge, conta com 21 usinas hidrelétricas e 15 térmicas do PPT. Até o fim de 2003, as novas usinas vão gerar 19.918,9 MW de energia. O governo desistiu de anunciar a construção de novas 11 usinas térmicas. Isso porque nessa lista há projetos de usinas que ainda têm pendências, como a obtenção de licenças ambientais, por exemplo, e não poderiam ser deslanchados no curtíssimo prazo. A maior parte dos investimentos vem sendo feito pela iniciativa privada. Dos R$ 10,7 bi, aproximadamente 30% são recursos públicos já orçados pelas estatais do sistema Eletrobrás. Do total de megawatts anunciados, 7.803 MW serão provenientes de 21 hidrelétricas e 6.423 MW virão das 15 usinas térmicas. O restante será obtido pela importação de energia, num total de 2.836 MW, 846,9 MW de PCH e 960 MW de co-geração. O presidente também falará sobre a construção de 6.036 km de linhas de transmissão até 2003. Todas essas obras já estão em andamento, mas terão seus cronogramas adiantados. Das 15 usinas térmicas anunciadas, nove contam a participação da Petrobras em parceria com a iniciativa privada. (Agência JB - 05.07.2001)

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2- Governo antecipa produção energética de 225 MW

O Ministério das Minas e Energia fechou, dia 04.07.2001, um acordo entre as empresas Enro, Petrobras e Furnas para antecipar a produção de 225 MW. A energia, que só estaria disponível no mercado em outubro, começa a ser gerada na Segunda semana de julho de 2001. O acréscimo na carga irá abastecer as regiões Sudeste e Centro-Oeste e representará um ganho de 0,8 ponto percentual no nível dos reservatórios nos próximos seis meses. O acordo prevê a duplicação da atual capacidade produtiva da usina térmica de Cuiabá, que passará de 225 MW para 450 MW. Este reforço na carga só viria em outubro com a conclusão das obras do gasoduto Brasil-Bolívia. Mas com este acordo, a usina produzirá energia com óleo diesel fornecido pela Petrobras. O preço da energia produzido a partir do óleo diesel é de R$ 150 por MWh, o triplo do custo da energia gerada a gás. "Esse é um esforço para produzir nova energia no menor prazo", afirmou o secretário executivo do Ministério das Minas e Energia, Luiz Gonzaga Perazzo. O acordo entre as empresas estava em discussão há 60 dias e só hoje foi fechado. (Zipnet - 04.07.2001)

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3- CGE divulga setores que estarão livres dos cortes

A CGE divulgou, no dia 04.07.2001, os setores que não terão suspenso o fornecimento de energia, mesmo que não atinjam as metas de redução do consumo previstas no plano de racionamento. Coincidentemente, são os mesmos que seriam inteiramente preservados pelos cortes no plano original elaborado pelo do MME e pela Aneel. De acordo com as novas regras, serão preservadas do corte as unidades operacionais do serviço público de tratamento de água e esgoto, de processamento de combustíveis derivados de petróleo, distribuição de gás canalizado, hospitais, escolas, asilos, creches, penitenciárias e delegacias de polícia. O governo também deixou fora do corte as unidades de transporte coletivo que utilizam energia elétrica (trólebus), serviço público de tratamento de lixo e telecomunicações. As distribuidoras de energia deverão, ainda, preservar os centros de controle público de tráfego aéreo, marítimo e rodoferroviário. A medida será formalizada no dia 05.07.2001 por meio da publicação da resolução no Diário Oficial da União. (Gazeta Mercantil - 05.07.2001 )

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4- Governo unifica regras dos cortes

A Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE) decidiu, dia 04.07.2001, igualar setores da indústria, comércio e consumidores rurais e residências urbanas para efeito dos cortes no fornecimento de energia quando houver descumprimento da meta de redução do consumo. Com essa decisão da Câmara, que faz parte da Resolução nº 22, no primeiro mês em que um desses quatro segmentos de consumo de energia não cumprir a meta, receberá apenas uma advertência. O corte de energia somente será feito quando for verificado o descumprimento da meta pela segunda vez. (Jornal do Commercio - 05.07.2001)

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5- Normas para o setor industrial foram flexibilizadas

As normas para os setores industrial e comercial que não cumpriram as metas do racionamento foram flexibilizadas pela CGE. De acordo com as medidas, previstas na resolução 22, esses usuários receberão uma advertência antes de ter o fornecimento suspenso. Anteriormente, esses setores teriam a energia cortada até 48 horas após o recebimento da primeira conta. As indústrias de alta tensão, com demanda igual ou superior a 2.500 KW, que não cumpriram a meta de junho, vão receber na conta de julho de 2001 uma notificação informando o desvio em relação à meta e o aviso de que o corte será efetuado após o dia 20 julho. O consumidor poderá evitar o corte, desde que apresente à distribuidora um certificado de direito de energia na quantidade excedente à meta ou documentos que comprovem a instalação de geração própria suficiente para cobrir o déficit até a leitura seguinte. A energia excedente poderá ser adquirida por meio de leilões varejistas no MAE ou por meio de negociações bilaterais. Não haverá corte imediato para as indústrias de pequeno e médio portes, com demanda inferior a 2.500 KW, que não cumpriram a meta. As novas regras determinam que esses consumidores vão receber uma advertência em julho, informando que haverá corte caso a meta não seja cumprida em julho. No entanto, a meta deste mês será redefinida, com acréscimo da energia excedente de junho. (Gazeta Mercantil - 05.07.2001)

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6- CGE flexibiliza regras para consumidores comerciais e rurais

O governo decidiu não cortar de imediato a energia dos consumidores do grupo de comércio e serviços que não cumpriram a meta. As distribuidoras também vão emitir uma advertência e o corte será no próximo descumprimento. Os consumidores rurais com demanda acima de 200 KWh e as cooperativas rurais passarão a pagar sobretaxa de 50% sobre a energia excedente à meta de redução. A decisão foi divulgada no dia 04.07.2001 pela Câmara de Gestão da Crise de Energia. Segundo o governo, as regras também definem a questão da suspensão no fornecimento de energia, do qual ficarão isentos os consumidores rurais com demanda até 100 KWh e as cooperativas rurais que não atingirem a meta. (Gazeta Mercantil - 05.07.2001 )

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7- RS consome 6,18% menos em junho

A redução no consumo de energia no Rio Grande do Sul alcançou 6,18% no mês de junho de 2001, conforme levantamento do Comitê de Operação e Planejamento do Sistema Elétrico do Estado (Copergs). A secretária de Energia, Minas e Comunicações, Dilma Rousseff, afirma que esse resultado tem de ser mantido e ampliado nos próximos meses, por avaliar que a crise terá longa duração. Conforme os dados do ONS, a Região Sul obteve 7,2% de redução no consumo em relação ao previsto para o período nos primeiros três dias de julho. Mesmo com o Estado perto de atingir a meta, e com os reservatórios do Sul muito cheios, Dilma argumenta que governo e população não devem descuidar dos esforços de racionalização. As represas das hidrelétricas da Região Sul, conforme dados do ONS, estão com 94,24% de sua capacidade. No dia 15 de maio, o armazenamento era de 78,5%. Parte da elevação é resultado da redução no consumo, mas a maior contribuição está vindo dos céus: a chuva no período está 17% acima da média histórica. Conforme estudos do Copergs, a região poderia escapar do racionamento mesmo com chuvas até 25% abaixo da média. Além de manter os reservatórios cheios, a chuva está aumentando também a energia gerada em Itaipu. Para não deixar a usina verter, a binacional está produzindo mais. Como resultado, a transferência de energia do Sul para o Sudeste caiu de 1.778 MW médios em maio para cerca de 1 mil MW médios nos últimos dias. (Zero Hora - 05.07.2001)

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8- Balanço indica que SP atinge meta

O balanço divulgado no dia 05.07.2001 por 9 das 13 distribuidoras de energia que atendem os 645 municípios do Estado de São Paulo mostra que 11,4 milhões de unidades consumidoras, entre indústria, comércio e residências, atingiram ou ultrapassaram a meta de redução de 20% do consumo de energia entre 1º e 30 de junho de 2001. A Eletropaulo teve uma redução de energia elétrica de 25,6% em junho. A Elektro economizou 20% de energia em sua área de concessão. Também foi de 20% a redução de consumo nos 234 municípios atendidos pela CPFL. Para a Bandeirante a redução foi de 22,8% no consumo. A Companhia Luz e Força Santa Cruz (CLFSC) fez uma economia de 23,5% nas 24 cidades que atende. O Grupo Rede conseguiu uma economia de 22,85% no consumo de energia. (Folha - 05.07.2001)

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9- FHC fala agora em apoiar a geração eólica

O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou, dia 04.07.2001, que o Governo Federal vai investir pesado na geração de energia eólica. Essa é uma das medidas incluídas no pacote energético que será divulgado, dia 05.07.2001, com ações estruturais para contornar a crise no abastecimento de energia. "O pacote terá ênfase nisso", disse o presidente. Fernando Henrique reafirmou que o Governo brasileiro terá de investir em usinas termelétricas para ampliar a oferta de energia e defendeu a criação de mecanismos de compensação para contornar os efeitos gerados por ações contra o meio ambiente, como o desmatamento. Pode-se obrigar a plantação de floresta nova, é a maneira de darmos um exemplo ao mundo, afirmou. (Jornal do Commercio - 04.07.2001)

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10- Ceará poderá receber projetos de energia eólica

O Ceará poderá receber a maior parte dos investimentos na produção de energia eólica para aumentar a oferta de energia. O presidente Fernando Henrique Cardoso antecipou, no dia 04.07.2001, que o governo federal vai investir na geração de mil MW em projetos de energia eólica no Nordeste, principalmente no Ceará. Uma investida que, nas contas dos especialistas do segmento elétrico, pode atingir US$ 1 bi, pois cada MW gerado exige recursos de US$ 1 mi. ´O Ceará tem um projeto eólico pronto´, afirmou o governador Tasso Jereissati. Segundo ele, a partir do ano 2002 o Estado vai aumentar consideravelmente sua oferta de energia. ´À medida que o presidente anunciar e a CGE regulamentar, nossos esforços serão para que o Ceará tenha reforço substancial tanto de energia eólica como térmica´, disse. (Gazeta Mercantil - CE - 05.07.2001

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11- Resultados do plano de racionamento entusiasmam FMI

Segundo o secretário de Energia do MME, Afonso Henriques, foram apresentados ao grupo de economistas do FMI os primeiros resultados do plano de racionamento, os mecanismos de leilões de energia e o novo programa de aumento de oferta do insumo. "Isto entusiasmou não só o FMI, mas também o Banco Mundial, cujos técnicos haviam estado aqui na semana passada", disse. Além disso, foram apresentados os resultados das licitações de usinas hidrelétricas e linhas de transmissão que a Aneel vem conduzindo e foram dadas informações de como o governo, por meio das estatais, vem investindo no setor. (Gazeta Mercantil - 05.07.2001 )

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12- FMI é contra investimento de estatal

O FMI sinalizou que não é recomendável que as empresas estatais do setor elétrico voltem a fazer investimentos, pois causaria um impacto negativo na meta de superávit primário nacional. "A boa prática internacional não recomenda", afirmou Lorenzo Pérez, chefe da missão do FMI, que está no Brasil para a oitava revisão das metas do acordo, cuja vigência expira no fim de 2001. Pérez confirmou que, se o País cumprir as metas nesta oitava revisão, o governo brasileiro poderá sacar mais duas tranches de US$ 270 mi cada, sendo a primeira a partir de setembro e segunda, no mês de outubro de 2001. (Gazeta Mercantil - 05.07.2001)

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13- FMI acredita nos leilões de energia para reduzir o impacto da crise

Técnicos do FMI estiveram reunidos no dia 04.07.2001 com o secretário de Energia do MME, Afonso Henriques Moreira Santos, para colher informações sobre a atual crise de energética. Segundo comentários feitos à saída do ministério, os especialistas da missão manifestaram apoio ao relatório do Ministério da Fazenda, que aponta a realização efetiva dos leilões de excedentes de energia para que a crise energética tenha um impacto limitado a 0,8 ponto percentual no índice de crescimento do PIB. "Achamos boas as medidas de poupanças de energia e o plano de oferta que o governo vem elaborando", disse Lorenzo Pérez, chefe da missão do FMI. "Acreditamos nos efeitos dos leilões de energia para reduzir o impacto da crise no crescimento econômico". (Gazeta Mercantil - 05.07.2001)

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14- Portal do Inpe vai ajudar a economizar energia

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) criou um portal na Internet (www.inpe.br) com informações sobre a crise energética brasileira e dados que poderão ser utilizados por consumidores, concessionárias de energia e empresas, para elaborar planos de racionamento. O portal está sendo preparado por oito pesquisadores do Inpe, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cepetec), que fazem a atualização diária dos dados com informações de satélites meteorológicos e de sensoriamento remoto. Entre as informações do portal estão o nível dos reservatórios das hidrelétricas, a previsão do tempo das regiões onde com problemas de consumo de eletricidade e um histórico sobre a crise energética, com fotografias e gráficos, além de um relatório quinzenal. (Estado - 05.07.2001)

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15- Boletim Diário da Operação do ONS

Para obter os últimos dados do Boletim Diário da Operação do ONS, incluindo produção de energia hidráulica e térmica e energia armazenada, clique aqui.

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empresas

1- Investidores confirmam as chances de novos projetos de energia eólica no CE

Investidores e representantes de conglomerados energéticos, atraídos pelas possibilidades de exploração da energia dos ventos, confirmam as chances de novos projetos de energia eólica no Ceará. O grupo francês SIIF Energies do Brasil, segundo seu presidente, Henri Baguenier, está disposto a investir US$ 500 mi para geração de 500MW de potência. Outros US$ 300 mi estão projetados pela brasileira Eletrowind, do grupo baiano CS Participações. As empresas de origem alemã Wobben, do grupo Enercon, e Fuhrlander AG pretendem aplicar mais US$ 270 mi. A espanhola Made Tecnologia, do grupo Endesa, acionista majoritário da Coelce, pretende instalar uma filial no Ceará, segundo seu administrador Carlos Gual, e aplicar US$ 100 mi. Só o investimento desses grupos, quase todos estrangeiros, somam US$ 1,17 bi. Os estudos no setor começaram há cerca de uma década, e o Ceará produz hoje 16,2MW em três parques eólicos, enquanto o restante do País não passa dos 3,8MW. O potencial de geração na costa cearense é de 25 mil MW conforme cálculos da Secretaria da Infra-Estrutura do Estado. (Gazeta Mercantil - CE - 05.07.2001)

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financiamento

1- Celesc vai leiloar papéis da Casan para pagar dívida

Sem conseguir rolar os US$ 61,2 mi em 'euro commercial papers' vencidos e não pagos em 14 de junho, a Celesc começa a trabalhar na venda de ativos para quitar parte da dívida. Segundo Ênio Branco, diretor-financeiro da empresa, a distribuidora vai levar a leilão os 19,3% de participação que detém na Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). A expectativa é obter, no mínimo, R$ 110 mi pelas ações. 'O leilão deve acontecer até setembro', diz Ênio Branco. 'Se até lá não tivermos rolado os 'commercial papers', parte dos recursos obtidos vão ser utilizados no pagamento de pelo menos uma parte da dívida.' Após o vencimento dos 'euro commercial papers', a empresa pediu aos credores 90 dias para buscar uma solução para rolar ou quitar a dívida - o prazo vencerá em 14 de setembro. Além da negociação com as ações da Casan, Branco acredita que até setembro também deverá ser concluída a venda dos 23% que a Celesc possui na Hidrelétrica D. Francisca, usina de 123 MW localizada no RS. (Gazeta Mercantil - 05.07.2001)

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2- Dólar sobe 2,85% e atinge R$ 2,42

O dólar comercial voltou a ser negociado acima de R$ 2,40, na venda, duas semanas após o BC anunciar que iria acirrar a política de intervenções no mercado para conter a alta no preço da moeda norte-americana. No dia 05.07.2001, em meio ao agravamento da crise política e econômica na Argentina e à perspectiva de inflação maior devido ao reajuste de tarifas administradas, o preço do dólar subiu 2,85% para R$ 2,422, o valor mais alto desde 21 de junho. O BC não interveio. A projeção de custo do dinheiro no prazo de um ano tornou-se recorde em 2001, as taxas de juros também subiram e a projeção para 12 meses superou 24% ao ano. (Gazeta Mercantil e Valor - 05.07.2001)

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3- BC assiste à disparada do dólar e gera suspeita no mercado

A postura do BC em relação à alta do dólar - reconhecida como cautelosa ante os comentários crescentes de que o cenário político argentino está à beira de uma ruptura - gerou, contudo, expectativas sobre a possibilidade de o governo estar armando um pacote de medidas antidólar para conter a vertiginosa desvalorização do real. Prosperaram boatos sobre a convocação extraordinária do Copom para anunciar mais um aumento da taxa de juros no país. Esta alternativa é considerada improvável. No entanto, o mercado já sepultou a perspectiva de que o presidente do BC, Armínio Fraga, utilizará a prerrogativa de aplicar o "viés de baixa". (Valor - 05.07.2001)

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4- BC inicia venda de US$ 6 bi para irrigar câmbio

O BC vai vender US$ 6 bi no mercado de câmbio de hoje até o final de 2001. A afirmação é do diretor de Política Monetária do BC, Luiz Fernando Figueiredo. Segundo ele, as intervenções serão frequentes, quase totalmente lineares (aproximadamente no mesmo valor), podendo ser até diárias. Ele disse ainda que nada muda com relação às intervenções e papéis cambiais, ou seja, continuam sem regras definidas. Ele afirmou que a taxa de câmbio não é meta do BC e sim a taxa de inflação. (Folha - 05.07.2001)

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5- Crise de energia aquece segmento de 'property'

A crise de energia abre nova perspectiva para as seguradoras que atuam em 'property' (seguro de propriedade), cuja cobertura garante riscos operacionais, nomeados e multi-riscos empresariais. Em 2001, a ACE prevê crescimento de 20% nessa carteira em comparação com o exercício passado, para uma receita de prêmios de aproximadamente R$ 70 mi no Brasil. 'Naturalmente, o segmento de 'property' está crescendo muito, sobretudo pelas demandas de novas hidrelétricas e outras plantas de geração de energia', afirma o diretor-corporativo da companhia, Marcos Aurélio Couto. Segundo o executivo, o seguro de propriedade corresponde a 30% do negócio da seguradora no País. (Gazeta Mercantil - 05.07.2001)

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6- Combustível faz inflação subir 0,38%

O impacto do aumento dos combustíveis na inflação será de 0,38 ponto percentual, o que elevará para 5,8% a inflação anualizada. A informação é do BC. No dia 04.07.2001, o governo anunciou oficialmente que a gasolina fica 8,3% mais cara para o consumidor, a partir do dia 05.07.2001. Sobe também o preço do gás de cozinha (GLP) em 2,6% e do óleo diesel em 6,5%. (Jornal do Brasil - 05.07.2001)

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7- Risco país argentino volta a subir

A crise argentina ganha dramaticidade e cresce a percepção de que o tempo para sua resolução é escasso. O risco país subiu pelo sexto dia e atingiu 1.094 pontos. Poucos observadores apostam em um cenário melhor a curto prazo. Rosendo Fraga, conselheiro de Domingo Cavallo, acha que nem De la Rúa nem o ministro vão renunciar. A fragilidade política de De la Rúa, que não controla o Congresso, é causa de turbulência. (Valor - 05.07.2001)

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gás e termoelétricas

1- Obras da Termoaçu começam até outubro de 2001

O primeiro passo efetivo para a instalação de uma usina termelétrica no Rio Grande do Norte, a Termoaçu, foi dado no dia 03.07.2001 com a doação oficial de um terreno de 160 mil metros quadrados em Alto do Rodrigues realizada pela prefeitura do município. Localizado na comunidade de São José, em Alto do Rodrigues, a 236 km de Natal, o terreno, situado na região do Pólo Gás-Sal, vai abrigar a primeira térmica do estado, um investimento de US$ 240 mi. A previsão é de que as obras tenham início entre os meses de setembro e outubro de 2001. A térmica deve entrar em atividade até outubro de 2003. A Termoaçu terá capacidade instalada para gerar 340 MW e 610 toneladas/hora de vapor. O empreendimento tem investimentos do consórcio composto pela holding Guaraniana, formada pelo grupo espanhol Iberdrola, Previ e Banco do Brasil, e a Petrobras. (Gazeta Mercantil - NE - 04.07.2001)

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2- Comgás investirá R$ 256 mi para ampliar rede

A Comgás comemora o aumento de 40% nas vendas do insumo no primeiro semestre de 2001 sobre o mesmo período do ano passado. Hoje, as vendas diárias estão na casa dos sete milhões de metros cúbicos. Até dezembro, serão dez milhões de metros cúbicos por dia. Segundo o presidente da companhia, Oscar Prieto, neste ano cerca de 150 indústrias assinaram contratos de compra do insumo, a maioria deles nas últimas semanas. Para abastecer os novos clientes, a companhia está investindo R$ 256 mi na expansão da rede de gasodutos, duas vezes e meia o valor aplicado no ano passado. Somente no primeiro semestre foram construídos 200 km de rede. Em todo o ano de 2000, foram 140 km. As duas principais alavancas de vendas do insumo são os projetos de co-geração e as usinas termelétricas a gás, projetos que ganharam força e saíram do papel com a perspectiva de falta de energia. (Valor - 05.07.2001)

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3- Comgás espera aumento de vendas nos próximos anos

A Comgás iniciará, em 2002, o fornecimento do combustível para os dois maiores projetos de co-geração em sua área de concessão: três fábricas da cervejaria Ambev, que vão consumir 10 milhões de metros cúbicos mensais para a geração de 35 MW, e a planta da Rhodia de Paulínia, com capacidade de geração de 100 MW - com possibilidade de ampliação futura - e que consumirá 30 milhões de metros cúbicos mensais. As expectativas da Comgás para os anos seguintes são ainda mais otimistas. Em 2003, três usinas termelétricas a gás têm previsão para entrar em operação: Santa Branca, com capacidade de geração de 1.000 MW, do grupo americano AES; a usina de Cubatão, também com 1.000 MW, da Petrobras e da Marubeni; e a térmica de Carioba 2, de 950 MW da CPFL e Shell. A usina de Piratininga, de 600 MW, da Empresa Metropolitana de Águas e Esgoto (Emae), que atualmente funciona queimando óleo combustível, também está sendo adaptada para utilizar o gás. Cada termelétrica deverá consumir sozinha cerca de 4 milhões de metros cúbico diários, volume suficiente para triplicar as atuais vendas da Comgás. (Valor - 05.07.2001)

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4- Risco ambiental é secundário no atraso das termelétricas

Segundo levantamento feito pelo jornal Valor, apenas 22 usinas do PPT estão em análise nos órgãos ambientais, segundo levantamento feito pelo jornal Valor. . Dos 49 projetos considerados prioritários pelo governo, 14 já foram aprovados e estão em construção. É um mito a idéia de que a questão ambiental se tornou o principal entrave para a construção das usinas termelétricas no país A maioria dos projetos só não tem andado mais depressa por culpa das empresas, que ainda não entregaram os estudos necessários para a avaliação dos empreendimentos ou deram informações incompletas. Algumas das termelétricas que já estão em obras levaram mais de dois anos para obter as licenças ambientais. A usina da AES em Uruguaiana (RS), primeira a entrar em operação, esperou quase três anos. É bastante tempo, mas os riscos criados pelas termelétricas justificam o cuidado na análise. Elas aumentam a poluição do ar e consomem enormes quantidades de água. "Esses projetos vão afetar as pessoas por mais de vinte anos e não podemos analisá-los em um mês", diz Sergio Pascoal Pereira, chefe do departamento da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo que estuda as usinas. (Valor - 05.07.2001)

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5- Água para térmica de Uruguaiana causa polêmica no RS

O licenciamento da primeira termoelétrica a gás a entrar em operação até agora no país, a usina da AES que começou a funcionar em novembro de 2000 em Uruguaiana (RS), levou quase três anos para ser concedido e colocou em confronto a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e o Instituto Brasileiro do Meio-Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O ponto da discórdia foi a captação de água subterrânea para o resfriamento da usina, idéia com a qual o órgão estadual não concordava. "Pela Fepam a térmica de Uruguaiana não teria recebido o licenciamento", disse o presidente da fundação, Nilvo Alves da Silva. A autorização foi concedida pelo Ibama, que tinha poder para interferir no processo por causa da localização da usina, na fronteira com a Argentina. Segundo Silva, para produzir 600 MW de energia, a térmica precisa consumir 650 mil litros de água por hora do Aqüífero Guarani, que se estende pelo subsolo de Argentina, Uruguai, Paraguai e oito Estados brasileiros. É água suficiente para abastecer uma cidade maior que Uruguaiana, que tem 120 mil habitantes. De toda a água captada pela usina, 84% evapora depois de usada no resfriamento. "Essa água poderia ser utilizada para fins mais nobres, como abastecimento urbano e irrigação de lavouras", diz o presidente da Fepam. Os técnicos do órgão recomendaram que a AES captasse água no rio Uruguai, que separa o Brasil da Argentina, mas a sugestão foi desconsiderada. (Valor - 05.07.2001)

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6- Fornecedora de equipamentos busca parcerias para atender termoelétricas

A Bardella Indústrias Mecânicas busca um parceiro para produzir equipamentos para usinas termoelétricas, por causa da crescente demanda do segmento no País. Segundo o diretor de Relações com Investidores, José Roberto Mendes, a empresa quer fechar acordo com uma companhia estrangeira nos próximos seis meses, objetivando melhoras tecnológicas. Atualmente, a Bardella fornece para o setor elétrico peças para turbinas de usinas hidrelétricas, em parceria com a Voith Siemens, e também equipamentos hidrodinâmicos com tecnologia própria. (Estado - 05.07.2001)

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grandes consumidores

1- Anfavea acredita que montadoras não deverão demitir

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Célio Batalha, manteve a postura otimista das últimas semanas e disse não acreditar que haverá demissões nas montadoras por conta do racionamento de energia elétrica. ''O mês de junho nos mostrou que não houve interferência em termos de perda de produção que ocasionasse perda de empregos'', afirmou Batalha. A Anfavea continua apostando na produção de 1,9 milhão de veículos este ano, mas admite que o ritmo de crescimento será menor neste semestre, mesmo sendo superior ao de igual período de 2000. ''Provavelmente teremos alguma modificação no fim do ano'', disse o presidente da entidade. Batalha observou ainda que, se houver uma retração das vendas de veículos no mercado brasileiro, o segmento dos automóveis 1.0, os chamados ''populares'', deverá ser o mais prejudicado por influência de fatores como alta do dólar e aumento das taxas de juros. O segmento é responsável por 75% das vendas no País. (Valor - 05.07.2001)

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2- Setor de serviços está prevendo queda de até 33% nas vendas

O setor de serviços já começou a sofrer os impactos do racionamento de energia. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), abrangendo um universo de 2.300 empresas de segmentos como restaurantes, locadoras de vídeo e lavanderias, aponta que 33% prevêem redução nas vendas na Região Sudeste no bimestre junho/julho de 2001. No mesmo período do ano 2000, apenas 17% previam redução. Na Região Sul, onde não há racionamento, o otimismo é maior, com previsão de 14% de queda nas vendas. A maior parte dos empresários do setor, em todo o País, espera que a crise de energia só seja solucionada a partir de 2003. A sondagem é realizada a cada bimestre e a pesquisa ocorreu em junho de 2001, em 13 Estados nas quatro regiões do País. (Estado - 05.07.2001)

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3- Grupo Votorantim reduz a produção em 10%

O Grupo Votorantim baixou sua produção em 10% para atingir a meta de consumo de energia, no primeiro mês do racionamento, informou, no dia 04.07.2001, Antônio Ermírio de Moraes. Segundo ele, os seis segmentos do conglomerado atingiram a meta. Cimento, alumínio, zinco, níquel e papel diminuíram em 25% o consumo e celulose, em 20%. O empresário acredita que o freio na produção permaneça pelo menos até o começo do ano 2002, se forem mantidas as condições do racionamento. Ele prevê que só em fevereiro, quando começar a operar a Usina de Machadinho, de que a Votorantim participa e da qual espera receber uma parte (24%) dos 1.140 MW a serem gerados, as empresas do grupo terão condições de aumentar a produção e chegar a 95% do nível anterior ao racionamento. Mas voltar aos 100% vai demandar ainda mais tempo. (Gazeta Mercantil - 05.07.2001)

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4- Empresas têxteis e de calçados não pensam em demitir

No pólo calçadista de Franca (SP) não há, por enquanto, intenção explícita de demitir, segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca e vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Élcio Jacometti. Segundo ele, as empresas já estão racionalizando o uso da energia para dar conta da demanda, crescente no segundo semestre. Um fator que sustentou o otimismo de Jacometti foi a aprovação, última semana de junho de 2001, de uma resolução que adequa a meta de racionamento à sazonalidade de cada setor. "Ela beneficou a indústria", diz o executivo. Avaliação semelhante é feita pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Paulo Skaf. Segundo ele, a decisão de tornar a meta compatível com meses de maior ou menor vendas de cada setor reduz os estragos provocados pelo racionamento. "Nos últimos 40 dias, visitei empresas em sete Estados e vi um esforço imenso dos empresários de acomodar a situação", diz Skaf. Ele pondera que racionamento é um problema grave, porém ninguém sabe ao certo o tamanho da crise e por isso, não há condições de prever demissões. (Estado - 05.07.2001)

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internacional

1- Governo espanhol multa Endesa por apagão

A Endesa está a ponto de começar uma batalha jurídica contra o Governo espanhol, que a multou no valor de US$ 507 mil, por considerá-la responsável pelo apagão que a região de Mallorca sofreu no dia 15.06.2000 e que deixou sem luz por várias horas 800 mil pessoas. A Gesa, filial da Endesa, acredita que foi um acidente e pretende recorrer à multa. Os problemas têm criado uma verdadeira síndrome de pânico em algumas comunidades muito freqüentadas por turistas e em aquelas que sofrem apagões durante os meses de estiagem. Por causa disso, o governo catalão pretende aprovar um decreto que obrigará as elétricas a indenizar seus clientes em caso de apagão. (El País - 05.07.2001)

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2- Costa mediterrânea da Espanha teme cortes de fornecimento

Cidadãos e empresas de algumas zonas turísticas das comunidades da Cataluña e de Valencia estão em plena "síndrome da Califórnia", observando com inquietude os contínuos cortes de fornecimento elétrico. Eles exigem que a empresas elétricas realizem as obras necessárias para garantir o fornecimento e que as administrações locais localizem a raiz do problema da baixa conexão entre as redes das comunidades vizinhas. O litoral catalão, que inclui a região metropolitana de Barcelona, consome mais de 80% da energia gerada na região, mas não é a geração de energia que preocupa os moradores. O problema está na distribuição de energia para os últimos km das linhas. A companhia Iberdrola, que tem a maior parte do fornecimento de energia de Valencia, prevê alguns problemas pontuais no fornecimento este verão. Ela pretende implantar esse verão um plano de construção de infra-estrutura de geração e distribuição e reforçar o sistema de comunicação de avarias durante este verão. (El País - 05.07.2001)

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3- Grupos petrolíferos planejam usar gás boliviano nos EUA

Um grupo de empresas petrolíferas, incluindo a Repsol YPF espanhola, a TotalFinaElf francesa e a BP inglesa, deve encontrar o governo boliviano no dia 05.07.2001 para apresentar planos de exportação do gás boliviano para a costa oeste americana. Os ministros bolivianos irão provavelmente apoiar o projeto e devem encontrar Dick Cheney, o vice-presidente americano, no final deste mês para discutir o assunto. O esquema envolveria a construção de um linha de encanamento que atravessaria os Andes até a Costa chilena, onde o gás seria processado num novo terminal. O gás seria então despachado de barco para Baja Califónia no México e então enviado à Costa Oeste americana. Fontes dizem ser muito cedo para saber o valor do investimento, mas acreditam que a quantidade de gás valeria o investimento. (Financial Times - 05.07.2001)

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4- Montedison pode rejeitar a proposta da Italenergia

O corpo de diretores da Montedison deve rejeitar a proposta de U$ 4,2 bi de compra do consórcio formado pela Fiat e a EDF, mas a companhia parecia apenas estar ganhando tempo antes de convocar a reunião de acionistas pedida pela Italernergia. No dia 03.07.2001, a Montedison parecia ter alguns trunfos para lutar contra o consórcio de investidores que já possui a maior parte da empresa e que ganhou a garantia do governo de neutralidade sobre o assunto, mas nada se provou concreto ainda. Algumas pessoas dentro do governo ainda manifestam reservas sobre o papel que a EDF terá na Montedison, por causa de sua posição de empresa que tem monopólio dentro de um mercado fechado e totalmente protegido. (Financial Times - 04.07.2001)

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1- Energia elétrica: investimentos deprimidos numa transição problemática

Bielschowsky, Ricardo. "Energia elétrica: investimentos deprimidos numa transição problemática". Brasília: CEPAL/mimeo, 1997. - Download - 50 páginas. Este trabalho faz uma análise do processo de investimento no setor elétrico brasileiro durante a primeira etapa de transição a uma nova estrutura organizacional, de 1993 a 1997. Foi redigido a fins de 1997, quando o projeto de reforma apenas acabava de ser desenhado, ensejando a passagem ao que poderia ser uma segunda e definitiva fase de transição da velha configuração estatal a um modelo predominantemente de mercado.

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Editor: Prof Nivalde J Castro - UFRJ
João Paulo Cuenca e Felipe Carvalhal - Economistas
Assistentes de pesquisa: Alexandre Ornellas, Barbara Oliveira, Clarissa Ayres, Fernando Fernandes, Marcelo Medeiros, Marlene Marchena, Silvana Carvalho e Tiago Costa.
Webdesigner: Andréia Castro
Equipe de Pesquisa Eletrobrás-UFRJ


As notícias divulgadas no IFE não refletem necessariamente os pontos de vista da Eletrobrás e da UFRJ.

As informações que apresentam como fonte UFRJ são da responsabilidade da equipe de pesquisa sobre o Setor Elétrico vinculada ao Nuca do Instituto de Economia da UFRJ

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