Embora existam projetos de P&D e demonstrativos acerca de smart grids no Brasil, nota-se uma forte dependência dos recursos financeiros do programa de pesquisa e desenvolvimento da ANEEL e, como consequência, a abrangência e difusão dos projetos tende a ser mais limitada. Concomitantemente, nota-se uma reduzida participação da indústria no processo de desenvolvimento tecnológico. Como consequência, existem indícios que os projetos de P&D não estão sendo suficientemente capazes de incitar a criação e difusão das inovações tecnológicas. Nestes termos, pode-se destacar uma possível necessidade de maior coordenação/integração dos diferentes projetos e uma participação da indústria nos mesmos, com ênfase na execução de projetos de maior dimensão e níveis de maturidade tecnológica. Nesta mesma vertente analítica pode-se recomendar o uso de recursos do programa de eficiência energética da ANEEL para projetos de redes inteligentes e que os recursos disponíveis também possam ser utilizados em projetos aplicados. Este tipo de estratégia possui como objetivo viabilizar uma efetiva implementação de inovações tecnológicas no setor elétrico. Ao mesmo tempo, a medida proposta é condizente com a necessidade de desenvolvimento da cadeia produtiva de smart grids no Brasil e, em concomitância, com a qualificação da mão de obra. Ressalta-se que as medidas sugeridas podem ser comparadas ao verificado no processo em curso na União Europeia onde estão sendo priorizados projetos com maior maturidade tecnológica (Technology Readiness Level) e, por consequência, os dispêndios em projetos de demonstração são superiores aos gastos com projetos de pesquisa e desenvolvimento.
Custo de implementação: não há custo financeiro para a implementação dessa política, uma vez que trata-se da otimização dos recursos existentes.